A companhia pretendia lançar US$ 750 milhões em notas com vencimento em 2025 para financiar a compra de papéis mais antigos. Ontem, porém, desistiu da operação por causa das más condições no mercado de capitais.
Pelo mesmo motivo, o grupo de energia Cosan desistiu, na quinta-feira, de fazer uma operação semelhante. A empresa iria lançar novos papéis para recomprar bônus perpétuos que estão em circulação no mercado e pagam cupom de 8,25% ao ano.
Antes delas, a Marfrig também paralisou seus planos de emitir títulos de dívida para financiar uma oferta para recomprar papéis com vencimento em 2020, numa operação que pretendia alongar o prazo e reduzir o custo de sua dívida.
Os três casos ilustram a dificuldade que empresas do país têm enfrentado para acessar o mercado internacional de dívida nas últimas semanas. Investidores têm exigido um prêmio maior dos títulos brasileiros desde a nova fase da Operação Lava-Jato da Polícia Federal, que investiga um esquema de corrupção envolvendo a Petrobras, dizem gestores que operam na compra e venda de bônus. Com isso, o custo tem se tornado pouco atraente para os emissores.
A JBS pretendia lançar papéis com vencimento em 2025 e adquirir notas que expiram em 2018 e pagam cupom de 8,25% ao ano. Há US$ 900 milhões desses papéis em circulação. Para cada US$ 1.000 em bônus antigos, a empresa se dispunha a pagar US$ 1.047,25.
“Devido às condições do mercado de capitais, no presente momento a JBS decidiu não concluir esta oportunidade de financiamento das notas. Por esse motivo, a oferta de novas notas e a oferta pública foram canceladas”, afirmou a empresa em comunicado ao mercado.