O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, proibiu a venda dos frigoríficos da JBS no Mercosul para a concorrente Minerva. A operação, de US$ 300 milhões, foi anunciada no início deste mês. Endividada, a JBS apresentou na última terça-feira um plano de desinvestimento para levantar R$ 6 bilhões, que inclui sua participação na Vigor, além de parte de suas operações na Europa e nos Estados Unidos. O objetivo é equacionar as contas e fazer frente ao volume de dívidas de curto prazo. Logo após a decisão, a empresa informou ontem que vai recorrer da decisão que proíbe a venda dos frigoríficos para a Minerva.
Empesa busca varejistas para não ter compras canceladas e aposta em marcas menos conhecidas
De acordo com a agência O Globo, pressionada pela reação de consumidores e parceiros comerciais após a delação de seus controladores — que admitiram práticas de corrupção pelo grupo —, a JBS pôs em prática uma contraofensiva para manter a oferta de seus produtos nas gôndolas e preservar o valor do negócio. Segundo uma fonte a par da estratégia comercial da empresa, a JBS tem negociado individualmente com seus principais parceiros, como as grandes redes de varejo, para evitar cancelamento de compras. Além disso, a companhia diminuiu a exposição da marca Friboi nas embalagens de seus produtos e passou a destacar outros nomes, como Do Chef e Maturatta. Nas conversas com os supermercados, os emissários da JBS pedem que esses parceiros evitem atitudes mais radicais publicamente, como o repúdio a marcas do grupo.