A BRF Brasil Foods vai construir uma fábrica de processados no Oriente Médio, nos Emirados Árabes Unidos. O projeto representa investimento da ordem de US$ 120 milhões, a serem aplicados em duas etapas: US$ 95 milhões na primeira fase e os restantes US$ 25 milhões na segunda.
A planta terá capacidade de produção de cerca de 80 mil toneladas/ano, quando estiver operando a plena carga. O início das operações está previsto para o final de 2012.
O Oriente Médio é estratégico dentro do processo de internacionalização da BRF e deverá se constituir num importante pólo para consolidar a posição de liderança da companhia, contribuindo para o fortalecimento das marcas, da distribuição e das vendas no mercado externo, além de alavancar o acesso a novos mercados.
A produção local de processados permitirá também oferecer flexibilidade e adaptação dos produtos às demandas regionais, assim como a ampliação do portfólio nos canais de food service e varejo, em especial de produtos como empanados, hambúrgueres, pizzas, industrializados e marinados.
Atualmente, o Oriente Médio representa 31,8% das exportações da BRF e a marca Sadia é considerada Top of Mind em vários países árabes. As marcas da companhia chegam aos Emirados Árabes Unidos, Arabia Saudita, Egito, Kwuait, Qatar e Baherein, Irã, Iraque, Jordânia, Líbano e tem forte presença também no Golfo Pérsico.
Resultados
A BRF Brasil Foods fechou o primeiro semestre de 2011 com lucro líquido de R$ 881 milhões, valor 279% superior ante o mesmo período do ano anterior. A receita líquida somou R$ 12,3 bilhões , crescimento de 16%.
Os números foram apoiados pela expressiva performance operacional, especialmente nas exportações, e também beneficiados pela captura de sinergias. O EBITDA chegou a R$ 1,6 bilhão, atingindo margem de 13%.
O EBITDA gerado no 2º tri foi de R$ 785,9 milhões. Apesar da pressão provocada pelos custos de grãos, a margem EBITDA atingiu 12,5%, recorde para este período.
No 2º tri, o lucro líquido totalizou R$ 497,9 milhões, 190,4% acima na comparação com o exercício de 2010, influenciado pela soma de três fatores: bom desempenho operacional, apropriação de juros de capital e venda da unidade de Vila Anastácio, em São Paulo (antiga sede corporativa da Sadia). A receita líquida atingiu R$ 6,3 bilhões no trimestre, representando crescimento de 14%.
Com a aprovação da fusão, anunciada em 13 de julho último, a BRF vive uma nova fase e começa a executar plano de cerca de 200 ações para a adoção das melhores práticas, que vão orientar a atuação da companhia. O objetivo final desse processo é capturar as sinergias da fusão, que devem resultar numa economia de R$ 500 milhões ao ano, a partir de 2012, conforme já divulgado anteriormente.
“Estamos liberados para tocar o negócio. Ganhos de escala e escopo já estão acontecendo”, comenta Leopoldo Saboya, vice-presidente de Finanças, Administração e Relações com Investidores. “O fortalecimento da presença global da companhia trará benefícios significativos para a economia brasileira, em termos de geração de impostos, empregos e renda no Brasil”, acrescenta o executivo.
Saboya destaca que o compromisso da BRF é oferecer uma linha de produtos cada vez mais diversificada, de alta qualidade e preços acessíveis, a todas as classes de consumo, agregando maior valor aos acionistas.
Mercado interno
No 2º tri, a receita líquida no mercado interno apontou crescimento de 17,2% e chegou a R$ 3,7 bilhões, o que representa 58,8% do total da receita líquida da companhia no período. O destaque ficou por conta dos produtos processados, que tiveram receita 17,2% superior.
No segmento de carnes, o faturamento cresceu 24,8% e os volumes, 7,8%, reflexo da melhoria de mix de vendas e aumento de preços médios em torno de 12,4%. Foram comercializadas 464 mil toneladas.
Na categoria de lácteos, com um volume de vendas acima de 270 mil toneladas, a receita apresentou aumento de 13%.
Mercado externo
O aumento substancial de custos e a contínua valorização do real frente ao dólar não inibiram o desempenho da operação internacional da BRF durante o 2º tri. A inovação implementada nos diversos mercados, o reposicionamento dos preços e das marcas tem impulsionado a retomada gradual das exportações.
No segmento de carnes, em razão do contínuo aquecimento da demanda mundial por proteína, a companhia conseguiu executar suas principais ações comerciais, garantindo rentabilidade acima do esperado, com crescimento de 9,3% em receita no período ante o 2º tri de 2010.
Já no 1º semestre, na composição da receita de R$ 5 bilhões alcançada no mercado externo, as participações mais expressivas foram do Oriente Médio (31,8%), Extremo Oriente (22,5%) e Europa (17,5%).