Da Redação 09/05/2003 – O lucro líquido da Seara caiu 47,4% no primeiro trimestre em comparação com igual período de 2002, para R$ 8,1 milhões. A empresa citou o aumento de 60% nos preços do milho, principal componente da ração de aves e suínos, e a alta dos custos das embalagens como principais motivos. Além disso, a queda, em dólar, de 11% nos preços de produtos para exportação contribuíram para a retração. As margens operacionais, que foram de 27,9% nos primeiros três meses de 2002, caíram para 26,8% durante este ano.
A receita bruta cresceu 10,6%, para R$ 435,4 milhões, enquanto os volumes caíram 5,9%, para 130,8 mil toneladas. “Focamos em rentabilidade, em vez de buscar aumento de volume”, diz Ivo Dreher, diretor de relações com o mercado da Seara.
A queda de 34,6% das vendas de carne suína para a Rússia, em razão do mal de Aujeszky, foram compensadas pelo aumento de 13,3% das vendas de frango. No total, os embarques cresceram 0,3%, para 86,1 mil toneladas. A receita foi de R$ 295,2 milhões, ou 8,5% maior. “Investimos mais nas vendas de produtos com maior valor agregado”, diz Dreher. As exportações foram favorecidas pelo câmbio: a taxa média foi 46,7% mais alta no período. Os embarques para o exterior responderam por 65,9% do volume de vendas, contra 61,8% apurados em igual período de 2002. No mercado interno, os volumes caíram 15,9%, para 130,8 mil toneladas. A receita bruta com vendas aumentou 15,9%, para R$ 140,2 milhões.
A dívida líquida da empresa aumentou 43,5%, para R$ 484,4 milhões, em razão da necessidade de capital de giro. “Com a alta dos preços do milho e das embalagens, nossos custos de armazenagem aumentaram”, diz Dreher.
No primeiro trimestre, a Seara investiu R$ 7,3 milhões de um programa de R$ 60 milhões previstos para este ano. Os recursos foram aplicados na duplicação da capacidade da unidade de Itapiranga (SC), que produz carnes processadas de frango exclusivamente para exportação. A unidade, que passará a processar 25 mil toneladas por ano, entrará em operação no segundo semestre. A Seara deverá construir, ainda neste ano, uma fábrica de rações em Dourados (MS).
Vendas para a Rússia
“Apostamos numa solução rápida para o embargo às exportações de carne suína para a Rússia”, disse Dreher. Desde o embargo, a Seara passou a exportar de sua unidade de Dourados, onde seus custos de transporte são maiores. Além disso, a capacidade de processamento da unidade de Dourados é de 4 mil suínos por dia, inferior à de Seara (SC), que abatia 5 mil suínos.