Prezado Sr. Raizer, hoje avaliando os resultados das analises periódicas da ração que produzimos, notei uma variação não uniforme no DGM das partículas de rações produzidas no mesmo dia e com a mesma peneira. Na opinião do senhor, quais poderiam ser os motivos dessa variação? Qual o período recomendado para troca das peneiras dos moinhos?
Att. Wellington
Resposta:
Olá Wellington,
Respondendo a sua pergunta, peneiras devem ser trocadas quando ocorrem furos e rasgos que não podem ser consertados sem alterar significativamente o % de área aberta da peneira, isto é, a somatória das áreas dos furos.
Duas coisas influenciam bastante o DGM: a primeira são os vazamentos que podem estar acontecendo no encosto da peneira na parte curva do moinho, Verifique. Se você encontrar partículas de tamanho maior que o furo da peneira, então é porque você tem rasgos ou então vazamentos no encosto da peneira com a sede onde ela se encaixa.
A segunda coisa é o estado dos martelos. Martelos devem ter a rotação invertida pelo menos uma vez por semana, para que se desgastem igualmente.
Não esquecer de alterar também a posição do defletor que direciona o produto contra a chapa de impacto.
Verifique também o estado da chapa de impacto – é uma peça de desgaste que demora a ser trocada, mas eventualmente acontece.
Conforme o martelo se desgasta e vai assumindo um perfil semelhante a uma faca, a produtividade cai. . Quando o martelo está tão desgastado que o seu topo começa a ficar mais distante da peneira, isso também altera a granulometria do moído, pois o produto fica mais tempo dentro da câmara, e certamente vai aquecer um pouco mais – e gastar mais energia.
Martelos novos produzem granulometria um pouco mais fina, e o rendimento via de regra é um pouco menor. Depois de um pequeno tempo, a produtividade aumenta um pouco, a granulometria sobe um tanto – e isso vai até um ponto em que a curva de produtividade começa novamente a diminuir em função do desgaste excessivo dos martelos.
Verifique se o seu alimentador está distribuindo o produto igualmente em toda a extensão da área de entrada do moinho. A alimentação desigual provoca desgaste desigual no jogo de martelos, desbalanceamento do rotor e também altera o DGM.
Se o seu moinho tem assistência de ar (caixa de expansão adequada, ventilador, filtro de mangas ou ciclone), verifique se as mangas não estão colmatadas com pó, e os pulsos de limpeza com ar estão na frequência correta/ necessária.
Sistema de assistência de ar operando mal altera a desempenho do seu moinho, causando também baixa produtividade, alteração do DGM e maior consumo de energia.
Moinhos de alta rotação (3600 rpm) apresentam distribuição granulométrica bem distinta dos moinhos de baixa rotação (1760 rpm).
O desenho do moinho, a distancia do martelo até a tela, o % de área aberta da tela, a espessura dos martelos – tudo isso altera a produtividade e o DGM.
Dependendo da peneira que você está utilizando, um sistema de assistência de ar bem dimensionado e operado pode melhorar a produtividade do seu moinho entre 15 e 30 % .
Como regra geral, a temperatura do produto moído não deve ultrapassar em mais que 6 C° a temperatura do produto que está entrando no moinho.
Se você confia no seu sistema de proteção contra pedras e metais, recomendamos o uso de martelos revestidos com tungstênio. Custam entre 2 a 2,5 vezes mais, porem duram 4 vezes mais.
Fernando Raizer
Raizer Consultoria Empresarial e Treinamentos Ltda
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