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Máquinas agrícolas disparam

<p>A renda do produtor rural dá sinais cada vez mais vigorosos de recuperação.</p>

Redação (09/11/06) – Segundo dados divulgados ontem pela Anfavea (a associação das montadoras), o crescimento das vendas de máquinas agrícolas em outubro foi de 21,6% em comparação ao mesmo mês do ano passado.

Números como esse animam as empresas a expandir sua atuação no agronegócio, como é o caso da Randon, um dos maiores fabricantes de implementos agrícolas do mundo, que planeja dobrar para 150 produtos suas linhas de produtos colocados à disposição do produtor. Pelo levantamento da Anfavea, a venda de tratores cresceu 35,3% no mês passado, em relação a outubro de 2005.

A recuperação foi puxada pela New Holland e pela Case, mas foi registrado crescimento também nas vendas de tratores da Agrale, Massey-Ferguson e Valtra. A recuperação começa a aparecer, ainda timidamente, também em colheitadeiras, que tiveram vendas 90,3% maiores em outubro, em relação a setembro. Em 12 meses, no entanto, o segmento teve retração de 19,2%.

Aposta na cana Os dados mostram que o produtor voltou às compras e animam a Randon a apostar no aumento de vendas e diversificação de seus implementos agrícolas. A empresa está investindo na melhoria de suas plantas industriais, maquinários mais modernos e em softwares de desenvolvimento de produtos de última geração. Até agora, já foram investidos mais de 100 milhões de reais.

A previsão é de que até 2009 outros 150 milhões sejam disponibilizados. “Hoje, temos 75 produtos em diferentes linhas. Queremos que nos próximos três anos esse número suba para 150, podendo assim, atender a todos os nichos de mercado existentes, seja na demanda interna como na externa”, afirma Marcos Zanotti, diretor comercial da Randon. Segundo Zanotti, os investimentos estão sendo maiores nos produtos voltados às cargas agrícolas, como os graneleiros, os basculantes e os canavieiros.

Entre as novidades da empresa, o executivo destaca o semi-reboque canavieiro de 12,50 metros. Até este ano, o equipamento tinha a capacidade de transporte de 80m. A partir de janeiro próximo, o mercado consumidor irá encontrar o produto com uma capacidade de 90m. “O quadro promissor do segmento sucroalcooleiro brasileiro foi fator importante para fazermos essa modificação”, diz Zanotti. O semi-reboque frigorífico da Randon também será diferente em 2007. Além do modelo de 26 pallets, a empresa irá comercializar a versão de 28 pallets.

“A versatilidade do semi-reboque frigorífico também permite transportar diferentes tipos de produtos a partir da utilização de uma divisória térmica ou de um aparelho de refrigeração multitemperatura”, diz Zanotti. Deste modo, numa mesma carga poderão ser transportados congelados a 25 graus negativos, resfriados a 0 grau ou, então, frutas e verduras a 5 graus positivos.

O graneleiro Randon Brasilis é outro produto que traz alterações. Apropriado para o transporte de farelo de soja, ele terá novas laterais de transporte, o que permitirá otimizar o volume de carga. Já o tanque inox multisetas da empresa foi reformulado na sua capacidade de transporte.

O produto teve uma redução de peso de 250 kg no tanque, aumentando a capacidade da carga líquida. “Todas as reformulações foram baseadas em um único conceito: cada vez menos unidades nas rodovias, mas com uma capacidade maior de transporte”, afirma o executivo. Atualmente, a Randon exporta para mais de 70 países, em especial para a Argentina, o Chile, o Uruguai, além de países do Oriente Médio e da África. Cerca de 90% de tudo que é produzido nas três unidades fabris da empresa, duas no Brasil e uma na Argentina, vão para o mercado externo.

“Desse volume, a África é responsável por 30% das aquisições, que são na grande maioria plataformas, tanques, basculantes e silos”, diz o empresário. Em 2005, as exportações de implementos agrícolas da empresa alcançaram a marca de 69 milhões de dólares, um crescimento de 73% se comparado ao ano anterior. No mesmo ano, a divisão de implementos da Randon obteve uma receita bruta de 890 milhões de reais, o que representou um aumento de 28% frente a 2004. Só neste ano, já foram comercializadas mais de 4 mil unidades, 10% a mais que em 2005. Para o ano que vem, a perspectiva é crescer outros 10%.

De olho nas colheitadeiras Dentro dessa euforia do setor, a principal preocupação dos fabricantes de máquinas é o setor de colheitadeiras. Embora já apresente melhoras, esse segmento ainda tem desempenho considerado fraco este ano. Os números da Anfavea mostram que de janeiro a outubro deste ano houve queda de 44,3% nas vendas dessas máquinas, quando comparada aos primeiros dez meses do ano passado.