O presidente da Marfrig Alimentos, Marcos Molina, disse ontem (15/09) que o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) “deve ter interesse em apoiar a Marfrig” na aquisição da Seara, divisão de carnes da americana Cargill. “O BNDES tem apoiado todas as negociações. Como acionista, deve ter interesse em apoiar a Marfrig no negócio”, afirmou durante teleconferência para analistas de investimentos.
Segundo Molina, ele terá uma reunião com o banco de fomento, que hoje tem 14,66% do capital da empresa por meio de seu braço de participações, a BNDESPar.
Questionado por analistas sobre como a aquisição da Seara será financiada, o diretor de planejamento e relações com investidores do Grupo Marfrig, Ricardo Florence, disse que “tem sido uma tradição da empresa fazer todas as suas grandes operações com base em operações de ações”.
A intenção, neste caso, é uma operação de aumento de capital por meio de oferta primária de ações. “Numa potencial oferta, o controlador pretende acompanhar a oferta”, disse. Hoje, o controlador tem 50,44% das ações ordinárias da Marfrig. “Vamos definir o que for melhor para a Marfrig desde que chegue a um preço justo [para as ações], observou Molina.
A Marfrig vai pagar, pela Seara, US$ 706,2 milhões em moeda e US$ 193,8 milhões em assunção de dívidas. Os valores poderão ter ajustes até o fechamento do negócio, esperado para o próximo trimestre deste ano. Florence explicou que para garantir a operação, a Marfrig constituiu reserva de crédito de longo prazo no valor de R$ 1,3 bilhão no Bradesco. “É uma garantia de concretização [do negócio] para a Cargill”, disse.
Segundo Marcos Molina, a aquisição da Seara é “valiosa para a Marfrig e um passo importante para a empresa”, que passará a ter mais de 60 mil funcionáros.
Além da ampliação do acesso ao varejo e ao food service e a mercados no exterior, a Marfrig também espera, após a compra da Seara, ter maior poder de barganha com os fornecedores e vantagens logísticas com o terminal exclusivo no porto de Itajaí.