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Mercado internos sustenta desempenho da Perdigão em 2006

<p>Resultados refletem impactos da conjuntura internacional.</p>

Redação (27/02/07) – O balanço da Perdigão em 2006 sofreu o impacto da queda nas exportações, motivada pela redução da demanda por carne de frango — em função do avanço da gripe aviária — e pelo embargo russo à carne suína brasileira por causa da aftosa. Os resultados da companhia também foram afetados pela valorização de 10% do real frente ao dólar. 

Diante das adversidades apresentadas no cenário internacional, a empresa ampliou seu foco de atuação no mercado interno, com diversificação contínua de mix, dando ênfase para os produtos de alto valor agregado. Esse esforço, somado ao aumento do nível de ocupação e da massa salarial mais a entrada da companhia no mercado de lácteos, resultou em crescimento de 20,1% nas receitas brutas das operações internas, que superaram a casa dos R$ 3,6 bilhões.

Já as exportações recuaram 13,3% em receitas, fechando o ano em R$ 2,5 bilhões. Com a boa performance das vendas no mercado interno, o faturamento bruto somou a R$ 6,1 bilhões, valor 4% superior ao registrado no ano de 2005.                   

Como conseqüência dos fatores internacionais desfavoráveis, que marcaram principalmente os seis primeiros meses do ano, o lucro bruto em 2006 totalizou R$ 1,3 bilhão, redução de 7,9% em comparação ao exercício anterior. O EBITDA apresentou decréscimo de 46,9% no período.

Em contrapartida, o ritmo de investimentos não foi afetado. A Perdigão manteve os projetos de aumento de capacidade para sustentar seu contínuo crescimento e ampliar sua competitividade, a partir do reforço da estrutura operacional-logística para a conquista de novos clientes e mercados. Durante 2006, a companhia investiu R$ 637 milhões (incluindo as aquisições da Batávia e Fruitier), valor 127% superior ao aplicado no ano anterior.

Boa parcela deste total — R$ 130,7 milhões — foi direcionada para o novo complexo agroindustrial de Mineiros (GO), que será inaugurado no dia 20 de março e destina-se ao abate e processamento de aves pesadas (frango, peru e ave ChesterÒ). Outros R$ 184 milhões destinaram-se ao aumento da capacidade nas unidades industriais de Rio Verde (GO), Nova Mutum (MT) e Capinzal (SC). Projetos de melhoria de produtividade foram implementados nas demais unidades e em centros de distribuição com a finalidade de atingir ganhos de eficiência.

NÚMEROS DE 2006

R$ milhões * Lucro por Ação (em R$) consolidado, excluindo as ações em tesouraria. O número de ações em circulação do ano de 2005 usado neste cálculo foi ajustado para refletir o desdobramento ocorrido em abril de 2006.  
 

 

2006

2005

     % Variação

Receita Bruta    

         6.106,0

         5.873,3

             4,0

Mercado Interno

         3.644,5

         3.035,8

            20,1

Exportações

         2.461,4

         2.837,5

           (13,3) 

Receita Líquida

         5.209,8

         5.145,2

              1,3

Lucro Bruto

         1.344,1

         1.459,3

             (7,9)  

EBIT

            191,4

            547,2

            (65,0)

Resultado Líquido

            117,3

            361,0

            (67,5)

EBITDA

            331,2

            623,6

            (46,9)

Investimentos

            636,9

            280,0

            127,0

Lucro por ação R$*

              0,71 

                2,70

             (73,8) 

MERCADO INTERNO
 

A atividade de carnes apresentou, no ano de 2006, aumento de 8% em receitas e 12,4% em volumes comercializados em relação ao exercício anterior. Em virtude da retração do consumo internacional que levou ao redirecionamento de volumes para o mercado interno, os produtos in natura tiveram boa performance, com crescimento de 53,1% em volumes e 30,8% em receitas.
 
Os preços médios de carnes registraram queda de 4,5% no ano devido à superoferta de commodities no mercado interno. O custo médio também caiu, na ordem de 5%, apesar do aumento nos preços dos grãos (milho e soja), verificado principalmente nos últimos meses do ano.  

Na atividade de lácteos, as vendas somaram R$ 446,8 milhões, representando 12,3% da receita total do mercado interno. Os volumes acumularam 162 mil toneladas.

A Perdigão encerrou 2006 com a expressiva participação de 40,7% no mercado de pratos prontos. Nas demais atividades, o market share no período foi o seguinte: pizzas congeladas – 38,1%, congelados de carne – 36,1%, industrializados de carne – 24,9% e lácteos – 14,5%.

MERCADO EXTERNO

Além das restrições internacionais ao consumo de aves, o embargo russo à carne suína e a apreciação do real em relação ao câmbio, outros fatores comprometeram os resultados da empresa no mercado externo, como a redução de importações de produtos industrializados por alguns países da América Latina e a demora no restabelecimento da normalidade de importações por países como o Japão.

  No ano, foram comercializadas 695,5 mil toneladas de carnes, volume praticamente flat em relação a 2005 (0,7% superior). Em receitas, os produtos in natura apresentaram queda de 14,5% e os elaborados/processados recuaram 8,2%.

Os preços médios em reais no ano ficaram 13,7% abaixo dos praticados em 2005, apesar da significativa melhora verificada no segundo semestre. A queda de 7,3% nos custos médios contribuiu para amenizar o impacto gerado pela conjuntura internacional nas receitas.  

MERCADO ACIONÁRIO
 

As ações e os ADRs obtiveram desempenho superior aos principais índices da Bovespa e do Dow Jones no último trimestre, resultado da melhoria de perfomance da companhia e da política de governança corporativa implementada.

O volume financeiro negociado de ações cresceu 103% no ano e 61,4% no último trimestre. O volume negociado liderou as operações do setor na Bovespa, representando 50,9% das transações. 

DESTAQUES DO ANO

A aquisição da Batávia, em maio de 2006, foi estratégica para a companhia, ampliando suas atividades e diversificando a oferta de produtos à base de proteína animal, sem elevar a concentração de seus negócios na área de carnes. Além disso, as sinergias existentes entre as duas operações foram consideradas importantes instrumentos para aumentar a competitividade da Batávia.

O ano marcou ainda a entrada da Perdigão no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A adesão assegura direitos igualitários aos acionistas e oferece um padrão ainda maior de transparência às operações, reforçando a capacidade da companhia de ter acesso a fontes de recursos e de investir em sua expansão.

A oferta pública de ações, que possibilitou a captação de R$ 800 milhões, foi mais uma etapa importante na trajetória da Perdigão em 2006. Os recursos captados estão sendo utilizados para investimentos no crescimento da companhia, aquisições estratégicas e para reforço do capital de giro.

PERFORMANCE MELHORA NO ÚLTIMO TRIMESTRE
 
Números demonstram reação do mercado internacional
 

No quarto trimestre de 2006, a receita bruta da Perdigão cresceu 22,4% em relação a igual período do ano anterior. Os fatores que influenciaram este desempenho foram o aquecimento das vendas no mercado interno, como acontece tradicionalmente no final de ano, a incorporação do negócio de lácteos, a retomada de consumo e aumento da demanda nos principais mercados importadores.

O lucro bruto somou R$ 492,5 milhões, aumento de 24,3% se comparado ao quarto trimestre de 2005. O EBITDA foi de R$ 163,7 milhões, mantendo-se no mesmo nível em termos absolutos ante o último trimestre de 2005.

As vendas no mercado interno totalizaram R$ 1,2 bilhão, valor 34,3% superior. A performance foi influenciada pelo incremento de receitas com elaborados/processados de carnes, lácteos e outros.

As exportações apresentaram crescimento de 7,2% no trimestre, somando R$ 734,6 milhões. As vendas de carnes atingiram 195,8 mil toneladas, representando um crescimento de 13,3%. Os volumes de produtos in natura aumentaram 15%, amparados pelas vendas de cortes de aves/bovinos.

A retomada gradual do ritmo dos negócios ocorrida no quarto trimestre, com o mercado interno demonstrando bom desempenho e as exportações trazendo equilíbrio entre oferta e demanda, permitiu recuperação significativa da margem operacional do período em relação ao terceiro trimestre de 2006, que passou de 3,5% para 8,6%. 

NÚMEROS DO 4O TRIMESTRE
 
R$ milhões  

 

4o tri 2006

4o tri 2005

     % Variação

Receita Bruta    

         1.908,0

         1.558,6

           22,4

Mercado Interno

         1.173,4

            873,6

           34,3

Exportações

            734,6

            685,0

             7,2 

Receita Líquida

         1.612,8

         1.343,3

           20,1

Lucro Bruto

            492,5

            396,3

           24,3  

EBIT

            138,2

            146,4

            (5,6)

Resultado Líquido

            111,7

            109,1

             2,4

EBITDA

            163,7

            163,8

              

Investimentos

            129,0

            107,1

            20,5

Lucro por ação R$*

              0,67 

              0,82

           (17,4)

* Lucro por Ação (em R$) consolidado, excluindo as ações em tesouraria. O número de ações em circulação do 4o trimestre de 2005 usado neste cálculo foi ajustado para refletir o desdobramento ocorrido em abril de 2006.