Os casos de Peste Suína Africana (PSA) registrados na Ásia transformaram por completo o cenário produtivo e comercial de proteínas animais no mundo. Os estragos produzidos principalmente na suinocultura chinesa tiraram de vez o posto do suíno de carne mais consumida em todo o planeta. O gigante chinês respondia por uma produção de cerca de 54 milhões de toneladas, necessitando ainda importar 1,6 milhão de toneladas para atender a sua demanda interna. Só para se ter uma ideia, a União Europeia produz conjuntamente algo em torno de 24 milhões de toneladas, ocupando a segunda posição entre os maiores produtores.
Já considerada como a maior crise sanitária mundial da suinocultura, os casos de PSA na China, por exemplo, levaram a morte ou abate sanitário de milhões de animais. Os números divergem dependendo da fonte, mas se fala em até 50% do plantel total chinês. As ocorrências levaram o consumidor local a buscar outras proteínas, seja pela falta da carne suína ou pelo impacto das notícias e imagens, muito embora o vírus da PSA não afete seres humanos. Isso favoreceu o consumo de frango e carne bovina.
Neste contexto, a Europa também enfrenta os seus próprios problemas com a PSA. O vírus da enfermidade já chegou ao leste europeu e ameaça avançar para a parte ocidental do continente. Mesmo assim, o apetite chinês elevou a Espanha a se tornar um de seus maiores fornecedores de carne suína. Outro potencial fornecedor, os Estados Unidos, vive com a China uma guerra comercial, com idas e vindas, dificultando possíveis embarques.
A oportunidade para a suinocultura brasileira é gigantesca. As exportações do país irão registrar crescimento neste ano, impulsionadas principalmente pelas compras chinesas, que já se tornou o maior destino da carne suína do Brasil. Por outro lado, o avanço depende de uma maior liberação de plantas industriais à exportação, o que tem ocorrido em um ritmo lento ainda. O setor suinícola também tem se preocupado com essa dependência da China, escaldado pelo ocorrido em passado recente com a Rússia.
O fato é que o tabuleiro da suinocultura mundial está com suas peças em movimento, e o Brasil não pode se perder se quiser realmente atingir volumes como o de um milhão de toneladas exportadas nos próximos anos.
Boa leitura a todos!
Humberto Luis Marques
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