Redação SI (24/07/07) – Apesar desse quadro de dificuldades, um reajuste de 3,2% no preço pago aos criadores de suínos foi concedido na última semana pela Coopercentral Aurora (Aurora Alimentos), que detém o maior abate no Estado. O preço do animal vivo passou de R$ 1,55 para R$ 1,60 e, com o adicional do índice de tipificação, chega a até R$ 1,72.
O presidente da Coopercentral Aurora, Mário Lanznaster, classificou a decisão como um estímulo para o produtor perseverar na atividade. Lembra que a suinocultura enfrenta uma crise de excesso de produção e falta de mercados há dois anos e que a maioria dos suinocultores está descapitalizada. Em situação muito pior estão os criadores que não são cooperados e não estão integrados ao processo agroindustrial: esses recebem abaixo de R$ 1,30 o quilograma de suíno em pé.
– “Como empresa de natureza cooperativista, a Aurora preocupa-se com a proteção econômica de milhares de produtores associados às 17 cooperativas agropecuárias filiadas a nossa cooperativa central. Por isso, esse reajuste está sendo concedido unicamente pela Aurora, dentre todas as agroindústrias de Santa Catarina, nesta fase em que as condições mercadológicas recomendariam justamente o contrário”.
O dirigente aponta que, além do excesso de carne suína, a política cambial (com o real sobrevalorizado) atrapalha o esforço de exportação porque torna o produto brasileiro menos competitivo ao mesmo tempo em que reduz a margem das empresas.
A situação deve melhorar um pouco no último trimestre do ano com o incremento sazonal de vendas em razão das festas de fim de ano. A reação mais significativa, porém, somente virá em 2008.
RECONHECIMENTO
O reconhecimento de Santa Catarina como área livre de aftosa sem vacinação pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) não terá efeito imediato nas vendas externas. De acordo com Lanznaster, as empresas estão realizando um grande esforço junto aos mercados potenciais para vender a carne suína catarinense que, além de sua qualidade e preços imbatíveis, tem agora a chancela da OIE, mas os resultados comerciais só vêm a partir de outubro.
Outro fato será marcante em outubro: a cadeia produtiva do suíno aguarda com expectativa a vinda da missão técnica da Comunidade Européia ao Brasil. Essa missão inspecionará propriedades e empresas rurais, indústrias de processamento de carne, sistema de transporte, defesa e proteção ambiental, rastreabilidade e centenas de itens da cadeia produtiva para, depois, decidir se recomenda a abertura do mercado comum europeu aos produtos cárneos brasileiros. “Eles vêm confirmar se fizemos o dever de casa”, encerra Mário Lanznaster.