Um grupo formado por veterinários, zootecnistas e especialistas do governo mexicano visitou criações de suínos e aves e os frigoríficos da Sadia e da Aurora em Chapecó (SC). Entre eles, estava o ministro agropecuário do México, Fernando Albarrán. Ele afirmou que existe a proposta de firmar convênios de cooperação técnica e intercâmbios com o Brasil.
– Temos interesse em estabelecer parcerias comerciais – destacou.
Outro representante do governo mexicano, o zootecnista Salvador Rivera disse que há interesse na produção de carnes e lácteos do Brasil, além de um convênio com a Embrapa para intercâmbio de informações e pesquisas na área de agroenergia. Ele se disse impressionado com a qualidade da produção e com o controle sanitário de Santa Catarina.
Durante os três dias de visita ao Brasil, os mexicanos estiveram no Ministério da Agricultura, em Brasília; na Companhia Integrada para o Desenvolvimento Agrícola de SC (Cidasc), em Florianópolis; e em Chapecó, de onde voltariam para o México.
O diretor técnico da Cidasc, José Joni Waltrick, acredita que a visita é fruto do controle da sanidade de SC, que foi reconhecida há três anos como área livre de aftosa sem vacinação pelos Estados Unidos. O Brasil não deve vender para os americanos, que são grandes produtores. Mas o aval dos EUA influencia outros mercados, como o México, quarto maior importador de carne suína, que compra 520 mil toneladas por ano. Além disso, o consumo de aves cresce mais do que a produção local.
A técnica da Aurora, Eliana Bodanese, explica que a visita é mais significativa para a produção de suínos, que precisa diversificar as exportações para diminuir a instabilidade nas vendas. O suinocultor Neuri Girardi, que recebeu os mexicanos, também espera alta nas vendas para melhorar a remuneração. Ele tem 440 suínos e, no ano passado, recebeu entre R$ 11 e R$ 20 por animal. Neste ano, espera mais de R$ 20.