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Frigoríficos

Minerva lança R$ 300 mi em debêntures

Para reduzir endividamento, empresa lança papel que será convertido em ações em 2015.

O frigorífico Minerva vai emitir R$ 300 milhões em debêntures que serão obrigatoriamente convertidas em ações, volume que pode crescer até 20%, dependendo da demanda dos investidores. O papel serão oferecidos publicamente – uma novidade para esse tipo de título. Em geral, debêntures conversíveis são compradas de forma privada ou pelo BNDESPar, braço de fomento do banco estatal.

Os títulos vencerão em quatro anos, quando serão transformados em ação do frigorífico. Quem comprar as debêntures poderá convertê-las a um preço entre R$ 6,65 e R$ 8,85, valor que só vai ser definido de acordo com a procura dos investidores. Para os compradores, vale comprar a debênture se avaliarem que no futuro a ação em bolsa estará custando mais do que a taxa de conversão fixada na aquisição dos títulos de renda fixa. Ontem, as ações do Minerva encerraram o dia cotadas a R$ 6,36.

Além do potencial de ganho com a valorização da ação, os investidores serão remunerados semestralmente a uma taxa equivalente a, no máximo, 100% do Depósito Interfinanceiro, dependendo da demanda pelos papéis.

Fernando Galetti de Queiroz, diretor-presidente do Minerva, informou que os recursos serão usados para reduzir o endividamento e como capital de giro. “O objetivo é melhorar a estrutura de capital”, disse. A dívida líquida do Minerva ficou em R$ 1,199 bilhão em 31 de março deste ano, o que representa uma relação de 4 vezes entre a dívida líquida e o ebtida (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização). “Deve ficar abaixo de três”, estimou o diretor financeiro do Minerva, Edison Ticle.

Parte do recurso captado será usado para pagar uma dívida de R$ 220 milhões que o Minerva tem com o Banco do Brasil, um dos coordenadores da oferta, e que custa ao ano 119% do DI.

Se bem-sucedida, a operação com debêntures conversíveis pode se transformar em um instrumento mais barato para a empresa melhorar seu balanço. Com o patamar atual de endividamento, captar recursos via títulos de dívida puros poderia se tornar muito oneroso para o Minerva. Risco de crédito elevado leva investidores a pedirem remunerações mais altas.

Ao mesmo tempo, uma emissão de ações hoje poderia descontentar os atuais acionistas, que teriam sua participação diluída a um preço muito abaixo daquele fixado na oferta inicial de ações do frigorífico, que foi de R$ 16,44. De qualquer forma, porém, a conversão se dará abaixo desse patamar.

Outra vantagem para o Minerva é que, no balanço, debêntures conversíveis são vistas mais como ações do que como dívida.

Esse tipo de debênture é bastante comum nos Estados Unidos, mas aqui não decolou até agora. Goldman Sachs, Deutsche e Banco do Brasil, coordenados da oferta, vão vender os títulos também a investidores estrangeiros.