O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, quer que os frigoríficos expliquem por que estão demitindo funcionários mesmo tendo captado empréstimos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A informação é do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação, Artur Bueno de Camargo, que foi recebido no início da noite de ontem (22) por Lupi.
Segundo Camargo, os frigoríficos já demitiram, depois da crise, mais de 36 mil empregados com o fechamento de 32 fábricas. Representantes do grupo Independência, que sozinho demitiu 6,4 mil funcionários, foram chamados para a reunião, mas não compareceram, alegando que não poderiam participar de uma negociação no momento em que a empresa está em processo de recuperação judicial, o que irritou os representantes dos trabalhadores e o próprio ministro.
Em outubro do ano passado, o Independência conseguiu a liberação de R$ 250 milhões do BNDES, que seria a primeira parcela de um empréstimo maior, de R$ 450 milhões, que não chegou a ser completado.
O ministro Lupi se comprometeu a marcar uma nova reunião convocando mais uma vez representantes dos frigoríficos e dos trabalhadores e, também, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
Para Camargo, é preciso exigir responsabilidade social de empresas que utilizam dinheiro público. O ministro entende que essas empresas têm que ter responsabilidade social, uma vez que estão utilizando dinheiro da sociedade e queremos cobrar isso também no BNDES. “Temos que encontrar uma fórmula em que as empresas que têm essa linha de crédito passem a ter responsabilidade social com o emprego dos trabalhadores”, afirmou o representante dos trabalhadores.
Ele disse que algumas empresas estão se aproveitando da situação de crise para cortar gastos com pessoal.