A Cargill, maior conglomerado mundial ligado ao comércio de commodities agrícolas, fez ontem (13/10) um alerta sobre a “ainda frágil” economia global e informou que seu lucro no trimestre encerrado em agosto recuou 65% em comparação com o mesmo período de 2008. O resultado foi afetado pelas fracas vendas de fertilizantes.
O desempenho do grupo no trimestre mostra como o setor agrícola nos Estados Unidos continua a enfrentar dificuldades, causadas pela queda dos preços das commodities agrícolas e um mercado de crédito mais restrito – fatores que forçaram produtores agrícolas de todo o mundo a diminuir a demanda por insumos, como o adubo. Em seu primeiro trimestre fiscal, a Cargill registrou lucro líquido de US$ 525 milhões. No mesmo período do ano passado, o lucro do grupo havia sido de US$ 1,49 bilhão.
O principal executivo da Cargill, Greg Page, sugeriu que a companhia pode já ter passado pela fase mais crítica, ocorrida nos dois trimestres anteriores. O desempenho nesse intervalo acabou afetando o resultado de todo o ano fiscal anterior, que fechou com queda no lucro pela primeira vez em oito anos.
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“Nosso ganhos foram consideravelmente maiores que os dos dois últimos trimestres de 2009”, disse o executivo. “Isso nos deixa otimistas com a capacidade da Cargill de crescer e ajudar nossos clientes a superar obstáculos nessa ainda frágil economia mundial”.
Por ser uma empresa de capital fechado, a Cargill não fornece maiores detalhes de seus resultados. Ela informou, contudo, que todas as suas unidades de negócios tiveram performance sólida no período, exceto a industrial. Nesse segmento está a Mosaic, da qual a Cargill tem uma fatia de 64%. A companhia reconheceu que o declínio nos ganhos refletiu “um considerável declínio no lucro da Cargill no investimento que ela tem na Mosaic”.
A unidade de produção de fertilizantes disse na semana passada que seu lucro no trimestre caiu 91% em comparação com o mesmo período de 2008 e que suas vendas recuaram dois terços, desempenho que ficou bem abaixo do que o esperado por analistas. Isso refletiu não apenas uma queda geral da demanda por adubo, mas também o fato de os agricultores americanos, temerosos com novas altas dos preços do insumo, havia segurado estoques do insumo.
Jim Prokopanko, principal executivo da Mosaic, disse esperar uma recuperação dos preços das commodities agrícolas no próximo ano. Isso faria com que os agricultores ampliassem o investimento em tecnologia como forma de ampliar a produtividade.
