Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Agroindústrias

Não resolve, mas ajuda

Acordo entre sindicato e Sadia, que envolve mais de 60% dos produtos catarinenses, aumentou preço-base de 5% a 11%.

Não resolve, mas ajuda

Numa tentativa de reanimar um setor que perdeu a liderança nacional na produção para o Paraná no ano passado, Sadia e Sindicato dos Criadores de Aves de SC (Sincravesc) anunciaram, ontem, um acordo para reajustar os preços pagos aos avicultores catarinenses. O aumento será de 5% a 11% no preço-base dos animais.

A agroindústria, cujo sistema de integração envolve mais de 60% dos produtores do Estado, também passará a bancar 75% do serviço de carregamento das aves, que custa, em média, R$ 800. Antes, esta conta era paga meio a meio.

Segundo o presidente do Sincravesc, Valdemar Kovaleski, a proposta representa um ganho médio de R$ 600 a R$ 700 por lote de frango (cerca de 14 mil animais em dois meses) e R$ 1 mil por lote de perus (5 mil animais de três a quatro meses).

Na avaliação de Kovaleski, o acordo é o primeiro passo na direção de recuperar a rentabilidade da atividade. A intenção, afirmou ele, é aprimorar o sistema de integração e estender as bases deste acordo a outras empresas.

Para o secretário de Agricultura de Chapecó, Mauro Zandavalli, o importante é o canal de negociação aberto.

“Isso abre perspectiva para outras conquistas, como planos de saúde para os produtores”, disse Zandavalli.

O diretor-executivo da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), Ricardo Gouvêa, disse que a entidade tem acompanhado as tratativas desde 2007, quando foi criado um comitê permanente de acompanhamento do setor, envolvendo representantes de produtores e das agroindústrias.

Gouvêa afirmou que a medida sinaliza que o mercado também está se recuperando após a crise global.

Para alguns produtores, o anúncio veio tarde. É o caso de Pedro Marcon, de Caxambu do Sul. Com um aviário parado desde maio de 2009 e outro fechado há dois anos, ele desistiu da atividade. Em 2008, Marcon investiu R$ 25 mil em melhorias, como colocação de tela e construção de uma sala para os técnicos da indústria.

“Esta sala nunca foi usada”, lamentou ele, avicultor por 25 anos.

Marcon perdeu os equipamentos. Os aviários viraram depósito para milho e garagem do trator. Marcon disse que vai cobrar uma indenização da empresa por não ter recebido nada com a interrupção da atividade.