O Estado de São Paulo conseguiu atrair matriz da alemã Big Dutchman Brasil, representação brasileira da maior empresa de fabricação e comercialização de equipamentos para criação de aves e suínos do mundo, que estava instalada em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Araraquara, cidade do nordeste paulista, foi o município escolhido para sediar o empreendimento, que recebeu o investimento de R$ 30 milhões e ocupa uma área de 100 mil metros quadrados. Esta é a segunda matriz de uma empresa de grande porte do sul do País que se transfere para Araraquara. Em 2002 a paranaense Inepar também instalou sua sede na cidade.
Mesmo transferindo sua matriz para Araraquara, a Big Dutchman manterá a unidade de Caxias do Sul, que será a responsável pela distribuição em todo o estado do Rio Grande do Sul e em parte de Santa Catarina. “Nossa unidade em Caxias do Sul continua sendo muito importante e estratégica para as operações da Big Dutchman, no Brasil, afinal ela é responsável pela cobertura de uma região onde estão de 35% a 40% dos nossos clientes”, lembrou o diretor-gerente da empresa no Brasil, Ricardo Santanna.
Segundo o executivo, a decisão de construir em Araraquara aconteceu depois de seis anos de estudos. Ele conta que o mercado do interior paulista é prioritário para a Big Dutchman e que a opção por Araraquara foi natural. Ele reconhece ainda que a parceria com a Prefeitura Municipal da cidade foi fundamental para que o martelo fosse batido. “Dentre as cidades do interior paulista, Araraquara, através de seu prefeito, Marcelo Barbieri, foi a mais receptiva”, comentou.
O evento de inauguração teve a presença do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, além de autoridades estaduais, municipais e da diretoria da multinacional. “É uma grande alegria vir a Araraquara e participar, in loco, da expansão da indústria da cidade”, ressaltou o governador, que evitou falar sobre política. Segundo a empresa, a Prefeitura de Araraquara doou uma área de 100 mil metros quadrados, além de conceder isenção de ISS e IPTU por cinco anos, renováveis enquanto as partes estiverem de acordo. “Graças à parceria e à posição estratégica de Araraquara, vamos reduzir custos e garantir ainda mais qualidade na produção, na comercialização e no transporte de produtos”, disse Ricardo Santanna, em entrevista exclusiva ao DCI.
Meta – Santanna informou ainda que a representação brasileira da multinacional espera faturar, com o novo empreendimento, pelo menos R$ 100 milhões no primeiro ano de operação em Araraquara. “Com a inauguração da nova matriz, temos condições de alcançar essa meta em um ano”, explicou.
Ele ressaltou ainda que o investimento em novos mercados no exterior também será incrementado com o início das operações da matriz de Araraquara. Hoje, 10% da receita da empresa provém de vendas ao exterior, em especial Europa e Ásia. “Acreditamos que há potencial para incrementar as exportações se o cenário da economia mundial apresentar melhoras”, ressaltou.
Outro indicativo relevante é o investimento em novos produtos. Nesse setor, a intenção da Big Dutchman é investir, no Brasil, entre R$ 4 e R$ 5 milhões no desenvolvimentos em novas linhas de produtos. “Não cogitamos expandir nosso polo fabril, mas temos intenção de investir bastante em inovação”, informou.
Atualmente, a Big Dutchman possui 22 unidades distribuídas pelo mundo e sete centros regionais localizados na Alemanha, Estados Unidos, Brasil, Malásia, China, Rússia e África do Sul.
A Big Dutchman Brasil existe desde o ano 2000. Só no País são mais de 50 representantes de vendas, segundo Santanna.
A empresa também possui atuação destacada junto aos países do Cone Sul, exportando sistemas de comedouros para aves e suínos, de armazenagem de ração, de climatização e sistemas de produção de ovos, para países como Venezuela, Chile, Peru, Bolívia e Argentina. Segundo Santanna, a importância do Brasil para a empresa se refletiu nos investimentos em Araraquara. “Isso mostra o quanto a Big Dutchman Mundial acredita no agronegócio brasileiro. Queremos tornar nossa unidade nacional uma das mais eficientes e rentáveis do grupo”, afirmou.