O secretário de Estado da Agricultura, Antonio Ceron, esteve no Japão e Coreia do Sul em uma missão chefiada pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Ivan Ramalho, e pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro Camargo. O encontro ocorreu entre os dias 15 e 17 de setembro com a finalidade de tratar da exportação de carne suína para os dois países.
Durante as reuniões em Tóquio, a comitiva foi acompanhada pelo embaixador do Brasil no Japão, Luiz Augusto de Castro Neves, e recebida pelo diretor-geral do Ministério da Agricultura japonesa, Masayuki Yamashita. Segundo Ceron, as autoridades japonesas informaram que, na questão de regionalização, são utilizados quesitos técnicos e científicos no que se refere à sanidade animal. “O Japão está fazendo estudos muito criteriosos. Haverá mais uma série de análises antes do envio da equipe técnica a Santa Catarina para uma avaliação final”, comenta Ceron.
Para Ramalho, a abertura, ou venda de carne suína catarinense ao Japão é prioridade do Governo Federal na política de intercâmbio comercial entre Brasil e Japão. No encontro, Ceron apresentou um relato da carne suína no Estado mostrando números de produção, exportação e consumo, além da entrega de material escrito, com todos os dados e condições sanitárias.
Neves foi incisivo ao cobrar das autoridades japonesas uma definição para o caso da carne suína de Santa Catarina. Disse que em 2009, a relação entre os dois países (Japão e Brasil) foram boas, exemplificando a entrada da TV Digital no País. Lembrou o embaixador que, em maio de 2009, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) aceitou o conceito da regionalização, ou seja, se um país tem uma região onde garante uma sanidade diferenciada das demais, não há motivos para ter todas as suas exportações proibidas.
As autoridades japonesas afirmaram que a mudança política que está acontecendo no país atrasou o processo. Eles se comprometeram em definir as importações com Santa Catarina assim que haja recomposição do novo governo. “Estamos otimistas porque o Japão precisa do nosso produto e nós o temos com qualidade sanitária exigida e a cadeia produtiva eficiente e organizada”, explica Ceron. “Daqui para frente há a necessidade de um acompanhamento constante das negociações”, recomenda.
A missão na Coreia do Sul – “As negociações com a Coreia do Sul estão numa fase mais inicial”, diz Ceron. A Coreia importa 250 mil toneladas de carne suína por ano e demonstrou o interesse na importação de carne bovina de Santa Catarina. No momento, o país está em fase de análise das questões sanitárias, incluindo a regionalização. “Há uma certa pressão dos produtores coreanos contra a importação de um modo geral, embora precisam importar carnes suína e bovina. Eles são produtores e o nós seríamos um grande concorrente”, explica. O Ministério da Agricultura da Coréia, em conjunto com o Ministério da Agricultura do Brasil, irá definir a vinda de uma missão técnica a Santa Catarina, ainda esse ano.
Abertura de mercado com as Filipinas – O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), através dos funcionários Lino Colsera e Denise Euclydes Mariano da Costa, entregaram nas Filipinas a documentação da certificação sanitária de Santa Catarina. Esse documento foi solicitado na ocasião da divulgação da abertura do mercado para carne suína aquele país.