Um cenário bastante comum nos projetos de ventilação para suínos é gastarmos muito tempo discutindo sobre as melhores maneiras de utilizar as diferentes abordagens sobre o assunto. Analisamos equipamentos e dimensionamos o sistema de acordo com nossas premissas de projeto (número de trocas de ar, velocidade de ar, umidade relativa, amplitude térmica, etc.) com o objetivo de fornecer o melhor ambiente aos animais.
Após a definição do projeto os equipamentos são adquiridos e instalados e, de repente, o produtor possui exaustores, resfriadores evaporativos, sensores de temperatura e umidade, controlador de última geração, inlets de parede e uma velocidade de ar sugerida para a maternidade de 1,8 m/s.
Até o momento da instalação dos equipamentos foi tudo muito fácil, mas e agora?
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Agora precisamos de alguém que tenha o domínio do gerenciamento desse complexo sistema. Frequentemente esquecemos que utilizamos a capacidade total do sistema apenas nas situações mais críticas de calor e que, na ausência dessa condição crítica, os equipamentos precisam ser gerenciados através do estabelecimento dos níveis de ventilação e avaliação da condição animal.
Para isto, precisamos de uma pessoa (pode ser o dono da granja ou um colaborador) que conheça profundamente os aspectos técnicos e regulagens do sistema de ventilação e, principalmente, alguém que tenha disponibilidade de entrar no ambiente diversas vezes ao dia para avaliar o comportamento dos animais. Costumo dizer que existem diversas maneiras corretas de se ventilar, mas todas necessitam de uma pessoa com afinidade e empatia com os animais.
Já perdi a conta de quantas vezes escutei a frase: “Ninguém é insubstituível”. Programas de rádio, televisão, livros, aulas de pós-graduação, etc. É só procurar. No entanto, a pessoa certa para o trabalho de gerenciamento do controle climático das granjas é alguém insubstituível.
Insubstituível não no sentido de que esse colaborador seria o único a possuir todas as informações necessárias sobre o sistema e sem ele seria o caos, mas sim no sentido de que esse colaborador teria a habilidade, o conhecimento, a empatia, a vontade e uma maneira tão particular e especial de realizar suas tarefas que ele se tornaria insubstituível porque ninguém conseguiria replicar sua maneira de trabalhar.
Um dos motivos da automação na criação animal ter ganhado espaço nos últimos anos é a dificuldade de encontrarmos mão-de-obra qualificada e uma de suas características é a diminuição do quadro de funcionários. Sendo assim, apesar do evidente desafio, porque não tentamos encontrar o colaborador insubstituível? Seria uma bela maneira de incrementar a qualidade de vida de nossos suínos.
