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O Desafio foi dado! Produzir alimento seguro com competitividade - Por Eva Hunka

Produtos alternativos como vacinas, probióticos e ácidos orgânicos vêm ganhando cada vez mais espaço

O Desafio foi dado! Produzir alimento seguro com competitividade - Por Eva Hunka

Não é de agora que o consumidor dita as regras do mercado. Com o aumento da concorrência, as empresas cada vez mais se esforçam para atender suas demandas chegando até a “mimar” o seu cliente. Atualmente existe a necessidade de consumir alimentos percebidos como “saudáveis”, sem a preocupação do que realmente isto quer dizer, ou o que realmente faz a diferença, que muitas vezes é bem regionalizada. Podemos citar como exemplo o consumo de frango abatido na hora, ainda muito comum em algumas feiras livres do Nordeste, ou mesmo a predileção por ovos de casca vermelha.

Mas, deixando de lado as peculiaridades regionais, é fato que a avicultura está passando por um processo de mudança de conceitos, pressionada pelos consumidores cada vez mais exigentes, onde alguns vilões são velhos aliados dos bons resultados zootécnicos na avicultura moderna, os aditivos melhoradores de desempenho e os antibióticos. E aqui vale uma ressalva, estes aditivos, pouco (ou quase nada) têm a ver com o aumento da resistência aos antimicrobianos, que está ligada ao uso indiscriminado em tratamentos de longa duração ou mesmo indicações de uso hospitalar.

Essa discussão nos faz pensar no nosso sistema de produção, cada vez mais intensivo, que visa melhorar custos e produzir mais carne em menos tempo e espaço. Isso divide o mercado em dois grandes nichos: um de consumidores que têm necessidade de alimento de baixo custo, e outros de consumidores exigentes e preocupados com a qualidade do alimento e de toda cadeia produtiva. Descobrir o equilíbrio entre os dois mercados é o real desafio.

Produtos alternativos como vacinas, probióticos e ácidos orgânicos vêm ganhando cada vez mais espaço, pois ajudam a reduzir o desenvolvimento de enfermidades oriundas de infecções bacterianas, já que, naturalmente, a ave tem uma microbiota bastante diversificada incluindo patógenos como E. coli, Staphilococcus sp  e  Salmonella sp, que causam doenças nas aves e também estão amplamente relacionadas à toxinfecções alimentares em humanos.

A vacinação contra Salmonella, que hoje é uma prática comum em aves de Postura Comercial, vem ganhando adeptos no mercado de frango corte, com cepas que promovem proteção cruzada como a S. Thyphimurium,  pois atuam reduzindo a contaminação das carcaças no abatedouro, mostrando ser uma alternativa economicamente viável, principalmente para empresas exportadoras de carne de frango. Porém o uso de vacinas vivas em matrizes ainda não está liberado no Brasil.

Outro microrganismo frequentemente envolvido em infecções secundárias, que acabam por induzir o uso exacerbado de antibióticos é a E. coli, coadjuvante á infecções virais, como bronquite, pneumovirose, e tantas outras, exacerbam seus sintomas e acabam por trazer prejuízos ao lote. O uso de vacinas contra E.coli, pode amenizar este quadro, diminuindo substancialmente o uso de antimicrobianos durante a produção.

Precisamos estar cientes que o conhecimento sobre novas utilizações para produtos já existentes no mercado podem surgir, e a tendência de produzir alimentos seguros é progressiva, cabe ás empresas ajustar sua produção ás necessidades dos consumidores.