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O papel dos adjuvantes nas vacinas - por Eva Hunka

Os adjuvantes são essenciais na composição de vacinas inativadas, pois irão dificultar o processamento do antígeno pelas células apresentadoras de antígeno

O papel dos adjuvantes nas vacinas - por Eva Hunka

As vacinas são, sem dúvida, as melhores ferramentas para o controle e erradicação de doenças. Além de eficientes como imunizantes têm um excelente custo-benefício. Mas elas não são compostas apenas por antígenos (vírus, bactérias, subunidades, RNAm etc.), dentro de um frasco de vacina, existe muita tecnologia e diversos componentes que contribuem para um melhor resultado. Um destes componentes é o adjuvante, que, embora pouco discutido, é essencial para a promoção da proteção e inocuidade do produto.

Os adjuvantes são essenciais na composição de vacinas inativadas, pois irão dificultar o processamento do antígeno pelas células apresentadoras de antígeno e, dessa forma, também aumentam o período em que o antígeno estará em contato com o sistema imune consequentemente, melhorando a resposta imunológica.

Muitos são os benefícios que os adjuvantes podem fazer na composição das vacinas. Além de aumentar a resposta imune aos antígenos utilizados, eles também diminuem a quantidade de antígeno necessária para ativar o sistema imunológico, tornando o custo de produção mais baixo. A escolha certa do adjuvante irá permitir um equilíbrio na composição e, por consequência, menor injúria no local de aplicação.

Ao estimular a proliferação e ativação das células T e das células apresentadoras de antígenos (APC’s), um adjuvante adequado pode colaborar para a imunização de indivíduos imunocomprometidos, aumentar a sobrevivência dos anticorpos e, até mesmo, reduzir o número de doses de uma vacina. Mas este processo inflamatório não pode ser exagerado, pois a resposta dos organismos a esta reação pode ser prejudicial ao individuo e promover efeitos colaterais como formação de granuloma, dor e desconforto local. Em animais de produção estes efeitos podem significar baixa produtividade e perda de eficiência.

Existem inúmeros compostos que são utilizados como adjuvantes, desde saponinas, até mesmo vesículas lipídicas. Na avicultura, a grande maioria das vacinas inativadas possuem o hidróxido de alumínio ou uma emulsão água-óleo como adjuvantes. Estes promovem uma boa resposta imune com graus variáveis de lesão no local da aplicação. Antígenos com baixa capacidade imunogênica, exigem adjuvantes mais reativos e isto afeta diretamente a eficiência produtiva.

Uma nova proposta são os adjuvantes compostos por um óleo mineral, com tensoativo não iônico oriundo do manitol. Estes promovem a resposta celular e humoral, aumentam a produção de IgG, mesmo para antígenos de baixa imunogenicidade, e por não conterem componentes de origem animal ou bacteriana, são considerados seguros para uso, mesmo em animais de produção. Este tipo de adjuvante pode trazer excelentes resultados para vacinas contra Salmonella, coccidiose, doença de Newcastle etc.

Novas tecnologias para a produção de vacinas vêm trazendo para o mercado mais segurança e eficiência, mas, questões de bem estar animal e produtividade, tão importantes no mercado de proteína animal, não podem ser esquecidas e devem ser avaliadas no momento da escolha dos produtos e o adjuvante, certamente, é um fator a ser considerado.