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O processamento de alimentos em questão

Confira a edição 1282 da revista Avicultura Industrial

O processamento de alimentos em questão

Os produtos processados entraram na alça de mira de muitos consumidores, que os têm tratados como vilões responsáveis pela maior incidência de diversas doenças, como obesidade e diabetes. Nada podia ser mais genérico e, na maioria das situações, cientificamente inadequado. Os produtos processados trazem maior ou menor benefício à saúde humana se acompanhados de uma dieta equilibrada e atividades físicas regulares. A questão ficou um pouco mais confusa nos últimos anos com a utilização do termo ultraprocessado, que ganhou um aspecto pejorativo junto aos consumidores, quando na verdade ele indica apenas o grau de industrialização adotado na fabricação de um alimento. O correto seria uma classificação feita pelos compostos nutricionais e pelo nível de biodisponibilidade deles no organismo humano.

O tema é discutido nessa edição por meio de uma entrevista esclarecedora com os engenheiros de alimentos Antonio José de Almeida Meirelles e Sergio Bertelli Pflanger Junior. No caso de Meirelles, ele ocupou até outubro desse ano o cargo de diretor da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp. Os pesquisadores, inclusive, lembram que os alimentos se tornaram mais baratos e acessíveis à população exatamente pela aplicação de tecnologias e incorporação de processos industriais, os quais permitiram, por exemplo, maior tempo de conservação.

Os pesquisadores defendem também a criação de centros de inovação na área de alimentos, algo pouco comum no país. O Brasil possui um mercado consumidor importantíssimo, que necessita de sofisticação de produtos e processos, acompanhados do desenvolvimento de soluções para conservação, apresentação e sabores. O país tem uma vasta riqueza culinária, com produtos típicos e sabores característicos, mas ainda pouco explorados pela indústria brasileira de alimentação. Uma entrevista para ler e refletir.

 

Uma boa leitura!

Humberto Luis Marques