A oferta de permuta das ações da Vigor pelos papéis da sua controladora JBS teve adesão de 99,4%. Ao todo, foram permutadas 50,9 milhões de ações de um total de 51,2 milhões disponíveis na operação.
Na transação, as ações da empresa de lácteos saíram a R$ 8,22, enquanto os ativos da JBS foram avaliados a R$ 8,20. A relação de troca proposta era de uma ação da Vigor por cada papel da controladora, com ajuste de R$ 0,02 por conta da diferença entre os proventos distribuídos por cada uma das empresas.
O giro total de Vigor na operação foi de R$ 418,1 milhões. Já o volume movimentado em ações da JBS foi um pouco menor, de R$ 417,5 milhões, ainda por conta da diferença dos proventos.
A oferta de permuta lançada pelo JBS ocorreu por mais de um ano e meio após o desmembramento da empresa de lácteos, que voltou a ser listada em bolsa. E pode ser considerada um “efeito colateral” da baixa liquidez de seus papéis.
O contrato firmado na oferta tinha um compromisso firme de liquidez mínima, que previa a oferta de permuta em caso de não cumprimento. O BNDES, que tinha 31,4% do capital da companhia — com 47 milhões de ações —, já havia manifestado que converteria todas as suas ações em ativos do JBS.
A maior parte dos outros minoritários acompanhou o movimento. De um total de 4,2 milhões de ações que estavam nas mãos de pequenos acionistas, apenas 300 mil não foram convertidos em ações do JBS.
O percentual de ações em circulação no mercado, que estava em 2,85% se desconsiderada a participação do BNDES, caiu para apenas 0,02%. A Vigor já informou que vai pedir à BM&FBovespa uma postergação do prazo para atingir o mínimo de 25% de ações de “free float”, conforme prevê o regulamento do segmento de listagem.
Um fechamento de capital é carta fora do baralho, já que a empresa entrou há pouco no mercado e necessita de recursos para bancar sua estratégia de aquisições. Uma oferta subsequente é tida como uma opção mais viável no médio prazo.