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Otimizando processos

Granja informatizada reduz custos finais em até 30%.

Redação AI 30/09/2003 – 03h36 – Uma redução nos custos da ordem de 20% a 30% junto às granjas produtoras de ovos. Esse é o resultado de um sistema, criado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/Marília), que controla os gastos com ração – volume diário de consumo – e, principalmente, evitando perdas com excesso do insumo e escolha de animais mais produtivos. O teste foi realizado com uma granja piloto, no município de Bastos, por técnicos do Sebrae.

A partir de agora, o projeto será implantado em outras 30 granjas da região de Bastos – a maior produtora de ovos do País – que deverão colher os resultados em um prazo de um ano, segundo a coordenadora do projeto e consultora do Sebrae, Estelamara Ferreira.

Para informatizar o sistema administrativo das granjas o investimento é baixo, pois técnicos do Sebrae desenvolveram um software especialmente para a atividade. “Os granjeiros precisam apenas treinar os funcionários e dispor de um computador.” A primeira granja a informatizar o sistema, segundo Estelamara, foi a Granja Koga, localizada em Bastos.

“Ao modernizar as granjas, os proprietários têm um maior controle sobre os gastos, que podem ser acessados a distância, possibilitando o fechamento de negócios pessoalmente.”

Segundo a coordenadora do projeto, a intenção é transformar os produtores de ovos em empresários, de forma que as granjas sejam administradas de forma interligada desde a produção até a comercialização. A redução de custos de produção é um dos fatores mais preocupantes dos produtores de aves e ovos, pois as margens de ganho são muito apertadas em função da ração – basicamente o milho – se tratar de uma commodity, ou seja, uma mercadoria com preço atrelado ao dólar.

Atualmente, o custo de produção responde por mais de 80% do preço pago ao produtor pela caixa de 30 dúzias de ovos. Em média, uma caixa do produto é vendida por cerca de R$35,50, ante um custo de produção da ordem de R$ 29,14, segundo dados do boletim mensal do site Aves e Ovos.

Outro problema apontado pelo setor é o baixo consumo per capita de ovos no País, cerca de 84 unidades/ano – por influências dos mitos em relação aos problemas de saúde que o consumo elevado do produto por causar às pessoas -, ante a média do Japão. No país oriental cuja culinária é considerada saudável, o consumo gira em torno de 345 unidades/habitante/ano.

Além de lutar contra o preconceito sobre o consumo de ovos, o setor precisa buscar segmentos de mercado em expansão, segundo o diretor da divisão de ovos da União Brasileira de Avicultura (Uba), Alfredo Hiroshi Onoe, que também é proprietário da indústria Kayatonas. A empresa, que reúne as granjas Tok, Katayama e Yabuta, produz mais de 20 mil caixas de 30 dúzias por dia, destinados a produção de ovo em pó, líquido, clara e gema em pó, de acordo com a necessidade do mercado.

Segundo Onoé, os maiores consumidores dos derivados de ovos são as panificadoras, restaurantes e fábricas de maionese. Entretanto, o nível de industrialização, que agrega até 100% de valor ao produto, é considerado muito baixo, apenas 10% da produção total é processada.