Segurança alimentar é ter alimentos para o mundo inteiro, de agora e do futuro, e assegurar que as pessoas não vão passar fome, diz Alan Bojanic à TV Gessulli. O representante da Fao (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, na sigla em inglês) no Brasil, falou sobre os desafios de alcançar o objetivo de até 2030 acabar com a fome no mundo e assegura que a produção sustentável é indispensável para que isso aconteça.
“A primeira coisa que se precisa é produzir alimentos. O Brasil é um dos players do mundo em termos de fornecimento de alimentos, principal produtor e exportador de muitos alimentos”,a aponta Bojanic enfatizando que nesse contexto a FAO tem dado prioridade a, justamente, como serão produzidos os alimentos do futuro.
O representante aponta que hoje temos mais de 25% das terras do mundo degradadas, por isso não podemos continuar produzindo do jeito que estamos e é preciso de uma intensificação na produção de alimentos. “Mais de 195 países acordaram os objetivos de desenvolvimento sustentável e colocaram uma meta de produzir alimentos para o mundo inteiro e erradicar a fome no mundo ate 2030. É uma meta ambiciosa, portanto um grande desafio”, entende. Assim, para a organização, a produção brasileira deve atender às principais demandas juntos aos grandes produtores (UE, EUA, Canadá, Alemanha), mas temos que ver como vamos harmonizar essa produção junto com o melhoramento na renda das pessoas. Não adianta ter alimento se as pessoas não têm dinheiro para comprar”, enfatiza.
Atualmente 800 milhões de pessoas passam fome no mundo. Mesmo que seja um número que tem diminuído, ainda representa mais de 10% da população mundial. “Temos reduzido, mas precisamos fazer com que essa redução seja ainda mais rápida”, esclarece. Assim, o desafio é alimentar o mundo sem causar mais problemas ao meio ambiente. “Com certeza é o grande desafio é como reduzir o impacto das mudanças climáticas. Temos que investir para adaptar a agricultura de hoje para esses efeitos climáticos extremos”, sugere.