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Disputa

Para Cade, criação da BRF não gerou monopólio na indústria de alimentos

O órgão antitruste verificou que, hoje, há três grandes players disputando o setor de alimentos: a Marfrig, a JBS e a própria BRF.

Para Cade, criação da BRF não gerou monopólio na indústria de alimentos

Um ano e meio depois da aprovação da compra da Sadia pela Perdigão, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) avalia que a indústria de alimentos, em especial a de frangos e carnes, não se configurou como monopólio sob o domínio da BRF. Ao contrário, o órgão antitruste verificou que, hoje, há três grandes players disputando o setor de alimentos: a Marfrig, a JBS e a própria BRF.

Desde que a compra da Sadia pela Perdigão foi aprovada pelo Cade, em meados de 2011, os movimentos da BRF passaram a ser vigiados pelo Cade. Ainda naquele ano, o órgão antitruste disse à companhia que não aceitaria a aquisição da Doux. A partir daquele episódio, a análise que o Cade fez é a de que a BRF abandonou as pretensões de novas aquisições no setor.

Já a Marfrig adquiriu os ativos que o Cade mandou a BRF vender, como fábricas, abatedouros e granjas. Nesse movimento, a JBS passou, então, a ocupar o espaço de fazer novas aquisições no setor. A empresa comprou a Doux e outras companhias de frangos do Paraná e de Santa Catarina.

“A indústria não está se configurando como monopolista”, constatou o conselheiro Ricardo Ruiz. “Pelo contrário, o mercado está se reconfigurando e estamos vendo três ‘players’ (competidores) fortes no país”, completou.

Outro caso que o Cade acompanha com atenção, e que vai ter impactos sobre outras operações no setor de aviação, é a aquisição da Webjet pela Gol. No fim do ano passado, pesou negativamente para o órgão antitruste o fato de a Gol ter fechado a Webjet logo após obter a aprovação para o negócio. Por isso, o Cade vai exigir que a Gol cumpra à risca a condição imposta: o uso de pelo menos 85% dos “slots” – faixas de pousos e decolagens – que a companhia detém no aeroporto Santos Dumont, no Rio, até abril.

Baseado naquela decisão, o órgão antitruste deve aplicar esse critério de eficiência no uso dos “slots” em outros julgamentos. E na lista de casos que o Cade terá de prestar maior atenção, neste ano, está a compra da Trip pela Azul. A tendência inicial é a de o Cade julgar a compra da Trip observando se a Azul usa os seus “slots” em níveis eficientes – de 80% para cima.

O órgão espera ainda novas aquisições no setor de aviação, como a compra da TAP que, em dezembro, quase se confirmou após a Avianca tentar a aquisição e ouvir um “não” como resposta.