O Paraná e Santa Catarina vão intensificar a defesa agropecuária nas suas divisas e na fronteira com a Argentina. Representantes dos dois estados se reuniram quarta-feira (11/12), em Barracão, no Sudoeste, para debater estratégias de controle do trânsito de animais.
A atividade faz parte de uma série de ações que o Paraná adotou para reforçar a fiscalização com a suspensão da vacinação contra febre aftosa. A partir de 1º de janeiro de 2020, estará proibida a entrada em território paranaense de animais vacinados contra a doença – com exceção daqueles destinados ao abate imediato.
Uso e comercialização proibidos – No Paraná, uso e comercialização de vacinas já estão proibidos desde outubro. O encontro teve a presença de representantes das agências de defesa, órgãos de segurança pública dos dois estados e o Exército.
O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, disse que o objetivo desse processo é aumentar a presença do Paraná no comércio mundial. “Isso vai dar oportunidade para que agricultores e indústrias produzam mais, o que representa empregos e desenvolvimento econômico”, disse. “Nossa parceria com Santa Catarina é de longa data, mas precisamos pensar juntos em estratégias para afinar o trabalho nas unidades de monitoramento e proteger nosso status sanitário”, afirmou.
Santa Catarina deixou de vacinar o rebanho contra febre aftosa em 2000 e obteve o reconhecimento da OIE em 2007. Com isso, conquistou novas fatias de mercados em países que não compram carnes de animais vacinados. “Desde que obtivemos a certificação, manter essa vigilância nas nossas divisas e na fronteira com a Argentina é uma preocupação constante. Temos interesses em comum com o Paraná, e estamos unindo forças na fiscalização”, disse a presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Luciane de Cássia Surdi.
O presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Cesar Martins, explicou que a proibição da entrada de animais vacinados é mais uma etapa de um longo trabalho que o Estado desenvolve para fortalecer a defesa agropecuária. “Além da campanha semestral de atualização do cadastro de animais, tivemos autorização para contratação de profissionais para o trabalho de fiscalização e vigilância, reformas de barreiras interestaduais e investimento em fiscalização volante, em parceria com a Polícia Rodoviária Estadual”.
O gerente de Saúde Animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias, fez uma apresentação sobre o sistema de defesa do Estado e disse que é necessária essa integração entre os órgãos estaduais principalmente para fiscalizar o transporte de animais.
Para o secretário estadual da Segurança Pública, Rômulo Marinho, a reunião ajudou a criar mais um elo importante entre o Paraná e Santa Catarina, e afirmou que o próximo passo é criar um gabinete de gestão integrada, alinhando o planejamento estratégico, trabalho de inteligência e valorização de boas práticas. “Essa parceria trará bons frutos para a fronteira”, afirmou. Segundo ele, os dois estados, integrados, ficam mais fortes, e as operações devem se intensificar. “A integração não é apenas entre pessoas, mas entre aplicativos, câmeras, logística. É um desafio grande”.