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Paranaense inventa novo sistema de ventilação em silos

Principal objetivo do projeto é diminuir ocorrência de explosões.

Da Redação 17/04/2003 – Reduzir a possibilidade da ocorrência de explosões em silos e manter em um nível baixo o teor de umidade dos grãos são as principais vantagens da invenção de um paranaense. O sistema de ventilação em silos é criação do engenheiro agrônomo e de segurança do trabalho, Rui Skroch de Andrade. O projeto, resultado de uma monografia de final de curso, ficou em desenvolvimento por um ano e meio.

O principal fator causador de explosões em silos é o pó que fica suspenso. “Quanto mais fino o pó, maior é o risco de explosão, principalmente nas culturas de trigo, milho e soja”, explica. Porém, ele argumenta que isso não quer dizer que todos os silos explodem. Há alguns fatores que podem desencadeá-lo, como a faísca de um interruptor, uma lâmpada ou o calor do próprio silo.

Atualmente, os silos possuem fundos falsos com grades. Embaixo delas, ficam ventiladores que fazem com que o pó seja jogado para o teto e saia por sistema de exaustão. Para reduzir o teor do pó, explica, alguns produtores dão um “banho” de óleo nos grãos, “mas isso acaba sendo financeiramente inviável”, diz.

O sistema de ventilação criado por Andrade é inédito. Ele se resume em dois anéis externos com quatro tubos de alumínio flexível cada. Estes tubos – que possuem vários orifícios que ligam o exterior ao interior – são ligados a dois exaustores que puxam o ar do silo para os filtros. Este pó passa pelos filtros e vai para um depósito, “evitando poluir o meio ambiente”, explica.

O pó pode ser reaproveitado como complemento para ração ou voltar para o solo como adubo. Além disso, o sistema ainda possui um processo de reversão, que em vez de retirar o ar, pode injetá-lo. Ele exemplifica que quando o silo atinge 21 metros cúbicos de grãos, com os dois exaustores, o ar é renovado em apenas um minuto.

O sistema de Andrade ainda contribuiu para diminuir o teor de umidade dos grãos, já que movimenta o ar dentro do silo. Ele explica que por causa desta umidade, as bactérias e fungos encontram clima propício para se desenvolverem. Quando eles se desenvolvem formam o que se chama de “bolsa de calor” – em que a temperatura pode chegar a 90 graus -, o que pode causar explosão ou a perda de grãos por apodrecimento.

Andrade ainda lembra que o sistema pode auxiliar no combate a insetos. Por meio dos orifícios que cada tubo possui é possível injetar produtos químicos para matar pequenos insetos. Como o sistema também trabalha com a retirada do ar, este veneno não contamina o meio ambiente.

O custo também é atraente. Enquanto o custo de um sistema para silos custa em torno de R$ 500 mil, o processo de Andrade sai por cerca de R$ 100 mil. O sistema de ventilação funciona por energia elétrica ou motor a diesel. A instalação demora em média quatro dias.