Redação (17/08/07) – "O Estado tem oferta de grãos e está bem do ponto de vista sanitário", observa Nildemar Secches, presidente da empresa, que estará hoje nas duas plantas.
Em Nova Mutum, o abatedouro foi ampliado e sua capacidade de abate, que era de 40 mil aves/dia quando a Perdigão o adquiriu, deve alcançar 280 mil aves/dia, ou sete vezes mais, antes do esperado. De acordo com Secches, a previsão inicial era atingir o número no fim do ano, mas a conclusão das obras dos aviários de integrados vai permitir que a capacidade seja atingida já no fim de setembro. "Estamos na fase de treinamento de funcionários e finalizando a construção dos aviários".
Na aquisição e expansão de Nova Mutum, foram investidos R$ 280 milhões, sendo R$ 130 milhões da Perdigão e o restante dos integrados, que obtiveram financiamento, via Banco do Brasil e Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO), para a construção dos aviários. Segundo o executivo, a unidade está voltada principalmente à exportação e deve passar a vender para a Europa a partir do último trimestre.
Durante a visita às unidades do Mato Grosso, que deve ter a presença do governador Blairo Maggi, Secches também assinará protocolo de intenções com um grupo de produtores integrados de frango de Nova Marilândia, a quase 200 quilômetros de Nova Mutum. Capitaneado pelo prefeito de Nova Marilândia, José Aparecido dos Santos, o grupo formado for famílias que antes viviam do garimpo na região, planeja construir um abatedouro de aves, com capacidade de 40 mil cabeças por dia e investimento de R$ 30 milhões.
No protocolo de intenções, a Perdigão se compromete a ceder em comodato uma linha de produção desativada em Nova Mutum para o grupo e a comprar o frango abatido na unidade, que deve começar a operar no fim de 2008. Secches explica ainda que o abatedouro em Nova Marilândia prestará serviço para a Perdigão para abate de matrizes.
Apesar de enfatizar que a Perdigão ainda não tem definidos planos de investimentos futuros no Mato Grosso, o presidente da empresa admite que Nova Mutum "é um local lógico para fazer ampliação", principalmente pela disponiblidade de grãos. Também reconhece que a empresa "vai crescer em aves e suínos" no Estado e não descarta uma unidade de industrializados no futuro. "Teremos de antecipar [investimentos em industrializados] se a demanda continuar crescendo".
Já para o próximo ano, a Perdigão tem um plano ambicioso para a pecuária bovina no Mato Grosso, que prevê a produção integrada do gado para abate no frigorífico. A unidade de Mirassol D””Oeste, que começa a operar hoje com abate de 500 animais/dia, deve alcançar 2 mil cabeças no começo de 2008, segundo Secches.
O investimento da Perdigão no frigorífico localizado no norte do Estado foi de R$ 100 milhões, incluindo a compra da unidade em junho passado e as obras de expansão. "A unidade está habilitada para exportar à Rússia e para países da lista geral (como os do Oriente Médio) e estamos em processo para pedir a habilitação para a Rússia", informa Secches.
Segundo ele, o Mato Grosso foi escolhido pela Perdigão para a produção de carne pela oferta de gado bovino e as condições sanitárias. E é lá que a empresa planeja implantar um sistema de integração para bovinos, o que já faz em suínos e aves. A idéia, diz, é ter unidades de genética bovina e de engorda que teriam a assistência técnica de profissionais da Perdigão, como já acontece nas integrações de aves e suínos. Secches explica que os animais poderiam pertencer ao integrado, ou a Perdigão seria a dona e o integrado ficaria responsável apenas pela engorda.