Redação (28/06/06) – A Perdigão inaugurou ontem, terça-feira (27), no complexo industrial de Capinzal (SC), um dos mais avançados sistemas de tratamento de efluentes água com resíduos orgânicos gerados durante o processo de produção , resultado de um investimento de cerca de R$ 7,5 milhões da empresa. A inauguração faz parte dos eventos que marcam o Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado no último dia 5 de junho, e conta com a participação do presidente da Perdigão, Nildemar Secches, do vice-presidente de Operações, Paulo Ernani de Oliveira, e do diretor regional da empresa no meio oeste de Santa Catarina, Nilvo Mittanck.
Pelo pioneirismo e grandiosidade, o novo sistema já conquistou o Prêmio Fritz Müller, a principal premiação na área ambiental concedida pela Fundação de Meio Ambiente (Fatma) e pelo Governo de Santa Catarina. Esta é a sexta vez e o quarto ano consecutivo que a empresa é destacada com o Fritz Müller. Nesta edição de 2006, o prêmio foi concedido na categoria Controle de Poluição com Ênfase na Água.
Trata-se, no momento, do maior projeto da empresa destinado à promoção de melhorias ambientais, comenta o engenheiro Marco Antônio Santos, coordenador do Comitê de Gestão Ambiental da regional, ao se referir ao Sistema de Tratamento Efluentes de Capinzal. E exemplos de impactos benéficos ao meio ambiente não faltam com a implantação do novo sistema. Além da economia do volume de água ser suficiente para abastecer uma cidade de 25 mil habitantes, a qualidade da água tratada, que será devolvida ao Rio Santa Cruz, passará a condições melhores às apresentadas ao ser captada.
Marco Antônio explica que o novo sistema de tratamento de efluentes de Capinzal unidade responsável pelo abate diário de cerca de 500 mil aves aumentará em 20% o reúso da água no processo industrial. A reutilização de água é uma prática adotada em todas as fábricas da Perdigão, o que confirma o compromisso na promoção e aprimoramento contínuos de suas práticas ambientais em busca do desenvolvimento sustentável dos negócios.
Com a obra, Capinzal equipara-se ao patamar de excelência em tratamento de efluentes conquistado pelas unidades de Videira e Herval dOeste (SC), Marau (RS), e Rio Verde (GO), que já operam com o sistema aeróbico (ver explicação a seguir) e que também será implantado no complexo de Mineiros (GO), em fase de construção.
Entenda o processo de tratamento
O novo sistema conhecido como aeróbico ou de lodos ativados substitui o anaeróbico, no qual os efluentes são tratados em lagoas pela digestão por meio das bactérias anaeróbicas (responsáveis pela produção de alto teor de odores). No aeróbico, são usados microorganismos para degradar as substâncias orgânicas, processo que traz diversas vantagens em relação ao anterior, entre elas redução na produção de odores, maior segurança e possibilidade de maior reutilização da água tratada. O novo sistema de Capinzal é composto por duas lagoas, com capacidade para 20 mil m3(reator aeróbico) e 10 mil m3 (depósito de lodos), respectivamente, e elimina um desconforto causado à população próxima pela emissão de gases.
O tratamento ocorre em algumas etapas. Na primeira, logo depois de sair da fábrica, os efluentes passam por uma espécie de peneiramento e flotação, onde é feita a separação da fase líquida e das partículas sólidas a gordura, separada, é reutilizada. Na fase seguinte, o material líquido segue para um reator aeróbico, recebendo oxigênio para alimentar os microorganismos que irão eliminar os poluentes.
A partir daí, o lodo resultante é separado em dois decantadores, de 29 metros de diâmetro cada, os quais, depois de mineralizados e completamente estabilizados, servem como fertilizantes nas lavouras de produtores integrados ou nos projetos de reflorestamento da Perdigão.