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Perdigão só construirá no exterior após 2011

<p>Este ano, a empresa deu o primeiro passo no exterior, com a compra do Plus Food Groep BV por 31,2 milhões.</p>

REdação (18/12/2007)- A internacionalização da Perdigão, de fato – com construção de fábricas no exterior, como a concorrente Sadia – deve ocorrer apenas depois de 2011. Até lá, a empresa vai agir em duas frentes no exterior: criando bases de distribuição e adquirindo unidades de acabamento de produção. Este ano, a empresa deu o primeiro passo no exterior, com a compra do Plus Food Groep BV por € 31,2 milhões. Para 2008, a indústria de alimentos deve diminuir seu apetite e consolidar a integração das compras deste ano: além da empresa holandesa, a Perdigão adquiriu a Sinos Alpes, a Eleva Alimentos, o frigorífico Unifrigo, o controle total da Batávia e parte da linha de margarinas da Unilever.

"Uma fábrica no exterior deverá estar no P-15", diz Nildemar Secches, presidente da Perdigão, referindo-se ao plano de investimentos da empresa do período de 2011 a 2015. Segundo ele, a estratégia agora é consolidar os mercados fora do país para depois ter fabricação própria no exterior. Por ter emitido ações recentemente para a compra da Eleva, a empresa encontra-se em "período de silêncio" e não pode fazer projeções.

Secches diz que até 2001 a empresa tem cerca de R$ 800 milhões por ano para investir, com meta de crescer aproximadamente 10% em volume de produção. Desde que ele assumiu a Perdigão, o crescimento médio anual foi de 14%. Este ano, o valor investido pela indústria foi superior a isso: R$ 566 milhões até setembro em aquisições, mais R$ 1,7 bilhão na compra da Eleva, em outubro – sendo R$ 773 milhões em dinheiro e o restante em troca de ações. Com a aquisição, a empresa deve encerrar 2007 como a terceira maior do setor de aves no mundo, atrás das americanas Pilgrim´ s e Tyson. Também deve terminar o ano acima da concorrente. De janeiro a setembro, a Perdigão faturou R$ 5,5 bilhões. Somado ao da Eleva no mesmo período, o faturamento vai a US$ 7,4 bilhões, contra R$ 6,9 bilhões da Sadia.

Secches explica que os R$ 800 milhões captados na oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) foram usados nos segmentos de lácteos, bovinos, margarinas e no exterior. O vice-presidente de finanças da empresa, Wang Wei Chang, diz que ainda restam R$ 120 milhões do IPO e devem sobrar outros R$ 70 milhões da nova emissão.

Até 2009, a empresa pretende chegar a 6 mil bovinos abatidos por dia. Hoje são 500 animais diariamente, com perspectiva de 2 mil em março, quando a unidade de Mirassol D´ Oeste (MT) estiver ampliada e nos padrões exigidos pela União Européia. Segundo o diretor de Novos Negócios da Perdigão, Nelson Vas Hacklauer, as próximas duas unidades deverão ser em outros estados. "A preferência é por aquisição". O presidente da Perdigão acredita que, com a escassez de matéria-prima, os ativos dos frigoríficos caiam, facilitando a compra. Ele diz que a empresa não irá adquirir por preços que fiquem muito acima do valor da construção de uma fábrica.

Quanto aos lácteos, onde a Perdigão se tornou a terceira ou segunda maior do Brasil com a aquisição da Eleva, Secches diz que, no ano que vem, deve haver um reposicionamento das marcas.