Da Redação 20/03/2003 – A expectativa de guerra entre os Estados Unidos e Iraque não chegou a prejudicar as exportações de frango da Perdigão para o Oriente Médio. Segundo informou ontem (19) o diretor de Relações Institucionais da empresa, Ricardo Menezes, as exportações da empresa destinadas ao mercado do Oriente Médio cresceram 20% no primeiro bimestre do ano, quando comparadas a janeiro e fevereiro de 2002.
Durante todo o ano passado, a Perdigão exportou R$ 1,3 bilhão, sendo R$ 260 milhões somente para o Oriente Médio. O maior mercado da Perdigão em termos de exportação é a Europa, destaca Ricardo Menezes.
O aquecimento das vendas da Perdigão para o Oriente Médio deve-se à recuperação do poder aquisitivo da população, em função da alta do petróleo, afirma Ricardo Menezes, acrescentando que a iminência de guerra entre norte-americanos e iraquianos não teve qualquer reflexo sobre os números da indústria.
Com a confirmação da guerra entre Estados Unidos e Iraque, explica o diretor da Perdigão, os custos de exportação para os países do Oriente Médio deverão aumentar, principalmente no que se refere ao frete e seguro, a exemplo do que ocorreu em 1991 quando da Guerra do Golfo. “O custo do frete ficará mais caro se em função do conflito a mercadoria tiver que mudar de porto para desembarque”, destaca.
Não há exportações para o Iraque porque, em função de embargos econômicos internacionais, o governo Saddam Hussein não pode comprar mercadorias de qualquer país. Apenas adquire uma cota de alimentos fixada pela Organização das Nações Unidas (ONU), a qual paga com petróleo.
A Perdigão está com seu escritório em Dubai, nos Emirados Árabes, funcionando normalmente, informa o diretor de Relações Institucionais. “O momento é de expectativa e precaução em função dos aumentos de custos que as exportações poderão sofrer com a guerra. Entretanto, a Perdigão não teve até o momento nenhum pedido de embarque cancelado por clientes do Oriente Médio”, salienta.
Para este ano a Perdigão está projetando um aumento de 10% em seu faturamento e as exportações terão papel fundamental, adianta Ricardo Menezes. Para o Oriente Médio a Perigão exporta frango de tamanho menor que o consumido no mercado brasileiro, sem pele e sem ossos.