Para transferir tecnologias aplicáveis para o aumento da metabolização dos nutrientes da dieta dos suínos e, consequentemente, reduzir o impacto ambiental dos dejetos e diminuir os custos de produção, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Zootecnia (IZ/Apta), desenvolve estudos que transformarão o passivo ambiental em ativo financeiro para os produtores. As pesquisas são realizadas na Estação de Tratamento e Valorização dos Coprodutos dos Efluentes da Suinocultura (ETVES), na Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Tanquinho do IZ, em Piracicaba (SP).
O projeto, financiado pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro) e patrocinado pelos Comitês PCJ, tem como principal parceiro a empresa JL Tecnologia Ambiental, apresenta como diferenciais o menor custo de implantação, a utilização de equipamentos nacionais desenvolvidos em indústrias paulistas e, principalmente, a geração de coprodutos – biogás, composto orgânico, biofertilizante (lodo) e água de reuso.
“Essa tecnologia de tratamento de efluentes cria alternativas de geração de renda, como exemplo o biogás que pode ser utilizado como fonte de energia em uma propriedade, biocombustível para veículos, utilizado em unidade de processamento de produtos cárneos para defumados, atendendo corretamente as normas de produção”, explicou a pesquisadora Simone Raymundo de Oliveira, doutora em Zootecnia.
A pesquisadora destacou ainda que o Sistema IZ-JLTEC tem como característica a remoção, tanto da matéria orgânica quanto de minerais. “Em uma das etapas do tratamento ocorre a coagulação e floculação de minerais como carbono, nitrogênio, fósforo, potássio, cobre, zinco, manganês, manganês, cálcio, ferro e cobalto, que são retirados da água formando um potente biofertilizante (lodo) para uso na produção agrícola.”
Em função deste sistema, a pesquisadora explica que o IZ vem desenvolvendo, paralelamente, pesquisas relacionadas ao aumento da metabolização da dieta de suínos, reduzindo o impacto ambiental dos sistemas de produção e a avaliação do uso de água na produção.
Com uma abordagem científica diferenciada, a pesquisadora disse que serão estudadas “as causas da carga poluidora e, consequentemente, o desenvolvimento e disponibilização de tecnologias mais sustentáveis, tornando-se economicamente viáveis, ambientalmente corretas e socialmente justas, aplicáveis em curto prazo, sem alterações drásticas na rotina ou na estrutura das granjas”.