A alimentação animal tem passado por um processo de transformação nos últimos anos. O uso dos chamados aditivos melhoradores de desempenho, cuja base são os antimicrobianos, estão com uso cada vez mais restrito dentro dos sistemas de produção de aves e suínos, e outros animais. O uso prudente e somente dentro das recomendações tem sido batido com força em discursos de autoridades competentes. A grande questão está no risco de desenvolvimento de bactérias resistentes aos antibióticos, levando a desafios cada vez maiores para o controle destes agentes em animais e/ou até em saúde pública.
Moléculas com uso em tratamento humano – e que também eram aplicadas em medicina veterinária – têm sido banidas do uso em criações de animais de produção visando exatamente preservar a sua eficácia. Este é um caminho sem volta, no qual a Ciência tem buscado as mais diversas alternativas visando suprir a função dos aditivos antimicrobianos em granjas e criações.
Uma das linhas de pesquisa que vem conquistando espaço é a voltada ao estudo de princípios ativos oriundos de plantas e/ou extratos vegetais, cuja ação antibacteriana executaria a função de modular o microbioma intestinal, e outras, como a de antioxidante e de termorregulação. Neste aspecto, empresas ligadas à nutrição animal vêm investindo para ofertar ao mercado mundial e brasileiro opções viáveis de produtos de base natural para adição em formulações de rações, o item de maior impacto dentro do custo total de produção de aves e suínos.
Matéria especial publicada nesta edição traz este debate, reforçando o andamento destas pesquisas ao ouvir representantes de várias empresas que atuam com produtos e pesquisas nesta área. Há uma grande diversidade de soluções propostas, que podem ser conhecidas no conteúdo publicado, que debate esta importante tendência dentro do setor de produção animal.
Uma boa leitura!
Humberto Luis Marques