O Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro) voltou a subir em julho, consolidando uma tendência de recuperação que deverá ser o tom ao longo de todo este segundo semestre.
Na comparação com junho, o avanço foi de 0,3%, e na comparação com julho do ano passado, chegou a 1,6%. Com isso, realçaram os analistas do FGV Agro, no acumulado do ano, pela primeira vez, o indicador não foi menor que o de igual período de 2021.
O PIMAgro é baseado em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV.
Em relação a julho de 2021, a alta foi garantida pelo aumento de 5,7% no grupo de produtos alimentícios e bebidas, puxado pelas bebidas (12,7%). No segmento de produtos não-alimentícios, houve queda de 2,9%, com destaque para as retrações nas áreas de insumos (15,5%), borracha (7%) e têxteis (2,1%).
Antecipação de compras
No caso dos insumos, disse o FGV Agro, pesou a antecipação de produção e compras em virtude das preocupações geradas sobretudo pela guerra na Ucrânia; no dos têxteis, o impacto do aumento de custos e da redução de estoques nos meses anteriores, além de gargalos logísticos, influenciaram o resultado.
“O resultado de julho abre espaço para que a agroindústria possa ampliar sua base de produção nos meses restantes de 2022, dinâmica que garantiria uma produção superior à observada ao longo de todo ano de 2021”, projetou o centro da FGV.
Para isso, avaliaram os analistas, o setor deverá contar com a sustentação oferecida pelo Auxílio Brasil e com a redução de preços de itens importantes nos gastos dos domicílios, como combustíveis e energia elétrica.
“Com os dados de julho e a perspectiva de melhora econômica no restante do ano, o FGV Agro mantém sua projeção de crescimento de 1,9% para a agroindústria em 2022 – 2,2% para produtos alimentícios e bebidas e 1,6% para produtos não-alimentícios”, concluíram.