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Pioram resultados de agroindústrias

<p>Segmento agropecuário paulista apresentou o pior desempenho médio entre 2001 e 2005, de acordo com o Serasa.</p>

Da Redação 10/11/2005 – Levantamento realizado pela Serasa com base nos balanços de 7.223 empresas do setor de alimentos no Estado de São Paulo revela que o segmento agropecuário apresentou o pior desempenho médio entre 2001 e 2005. No período, as empresas agropecuárias tiveram queda gradual de rentabilidade e aumento do grau de endividamento, diferentemente do que ocorreu com indústrias de alimentos e redes de varejo.

O segmento reduziu o ritmo de crescimento da receita líquida desde 2001, tendo apresentado aumento acumulado até o fim do primeiro semestre deste ano de 6,9%. As indústrias de alimentos, por sua vez, tiveram crescimento acumulado de 36,6% e, o varejo, de 14,5%.

No primeiro semestre de 2005, o ramo agropecuário apontou queda de 18,9% da receita, que no ano todo de 2004 foi de R$ 43,2 bilhões. As indústrias de alimentos tiveram queda na receita de 2,1% no semestre e o varejo apontou alta de 2,8%. “O setor agropecuário perdeu rentabilidade no primeiro semestre e esses resultados não serão revertidos até o fim do ano”, afirmou Márcio Torres, gerente de análise de crédito do Serasa.

Laércio de Oliveira Pinto, diretor de produtos da Serasa, observou que a rentabilidade da área agropecuária tem recuado ano a ano, influenciada pelas variações do câmbio, pela queda nos preços internacionais de commodities e pelo aumento do grau de endividamento do setor, muito dependente dos programas de financiamento e custeio de safra.

Conforme o estudo, o índice de expansão da rentabilidade no segmento agropecuário caiu de 3,8% em 2003 para 2,6% este ano (ver gráfico). “O setor agropecuário é mais dependente das exportações e foi muito prejudicado pelo câmbio”.

O pior desempenho foi registrado pelas cooperativas, cujo faturamento, crescia 10,2% em 2003 e no primeiro semestre deste ano caiu 20,5%. Seguindo trajetória inversa, as indústrias de carnes foram as que mais cresceram, auferindo aumentos na receita de 3,1% em 2003, 16,9% no ano passado e 6,1% no primeiro semestre. “Mas esse resultado será prejudicado no segundo semestre por conta dos problemas com a febre aftosa”, disse Torres. Para 2006, ele prevê melhoria nos resultados de todo o setor agropecuário, graças às perspectivas de aumento do câmbio e da produção de grãos, se não houver problemas climáticos.