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Entrevista

Pós-pandemia trará grandes o portunidades ao agro, mas a companhadas de desafios ambientais e de sanidade

Os segmentos do agronegócio foram afetados de diferentes formas nesta pandemia, com os itens da pauta de exportação sendo os mais beneficiados. O setor, no entanto, precisa estar atento as questões de saúde, sanidade e sustentabilidade em seu futuro próximo

Pós-pandemia trará grandes o portunidades ao agro, mas a companhadas de desafios ambientais e de sanidade

A pandemia de Covid-19 trouxe diferentes impactos para os vários segmentos do agronegócio brasileiro. As culturas anuais, como soja e milho, e as perenes, como laranja, café e cacau, tiveram suas demandas elevadas no mercado internacional, impulsionadas ainda pela disparada do dólar, que atingiu valores próximos a R$ 6,00. Com a manutenção das operações logísticas, o país conseguiu escoar sua produção, inclusive a de carnes, para os mais diversos países importadores, principalmente China, nos casos de proteína animal e itens do complexo soja.

O contexto foi bem diferente, no entanto, paras as culturas de ciclo curto, os chamados hortifrutigranjeiros. Com até três semanas entre plantio e colheita, verduras e legumes sofreram o impacto direto do fechamento de restaurantes, lanchonetes e do setor de food service. Sem ter onde colocar o produto e, pela perecibilidade, de estocá-lo, os prejuízos foram grandes neste segmento. O mesmo pode-se dizer do cultivo de flores, que amargou uma situação dramática. O setor sucroenergético também foi afetado pelas medidas de isolamento social. Com as  estrições de circulação houve queda no consumo de etanol. Atrelado a disputa entre Rússia e países árabes no campo do petróleo, que derrubou as cotações internacionais do barril, o que influencia diretamente no preço do etanol, o setor se voltou à produção de açúcar nas chamadas usinas flex. No entanto, a demanda pelo açúcar também caiu, assim como seu preço no comércio internacional.

Os cenários futuros ainda seguem cheios de incertezas, mas boas oportunidades se abrem ao agronegócio brasileiro neste momento e no pós-pandemia. O mundo terá necessidade crescente por alimentos, e o agronegócio brasileiro tem competência e escala para produzir a preços competitivos e fornecer para o mundo todo. Em um contexto de menor renda das populações, ocasionado pela retração das atividades econômicas, esta será uma característica essencial para manter a segurança alimentar dos países.

Por outro lado, o agronegócio terá enormes desafios. A tendência é de um crescimento nas exigências internacionais por saúde, sanidade e sustentabilidade, o que será fortemente exigido dos fornecedores de alimentos, como o Brasil. A questão ambiental é outro desafio enorme. A imagem do país no exterior se deteriorou nos últimos dois anos frente a cenas de queimadas na Amazônia, negacionismo de dados sobre desmatamento e outros aspectos ligados ao meio ambiente. Isso passará a ter um peso cada vez maior nas negociações comerciais, principalmente com a União Europeia.

O diretor-executivo da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Eduardo Daher, traça um completo panorama de todo este cenário vivido pelo agro neste momento de pandemia, debatendo os desafios e oportunidades, nesta entrevista exclusiva à Suinocultura Industrial. Confira.