Se por um lado os preços estão remunerando melhor o produtor rural em Mato Grosso do Sul, por outro a produção de suínos está encarecida devido à alta no custo de insumos como o farelo de soja e de milho. Comparando com o mesmo período de 2019, o preço médio do suíno vivo de janeiro a julho deste ano teve uma valorização de 24%, saltando de R$ 3,77 para R$ 4,67 o quilo. As informações, divulgadas nessa segunda-feira (10), são da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul).
Segundo a entidade, associada à valorização dos preços está a demanda do mercado externo, que teve significativo aumento para a suinocultura brasileira. Isso acaba influenciando também as transações realizadas no mercado interno, onde Mato Grosso do Sul tem intensa atuação.
“O bom desempenho das exportações brasileiras contribui para reduzir a oferta no mercado interno e, assim, ajuda equilibrar a produção e a demanda, permitindo maior competitividade para as empresas que direcionam os produtos para o mercado nacional”, explica a economista Eliamar Oliveira, analista técnica do Sistema Famasul.
O número de abates de suínos em MS também teve um crescimento no primeiro semestre de 2020. Segundo dados do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), foram 7% de alta em comparação ao mesmo período de 2019, quando houve abate de 927 mil cabeças. Em 2020 o abate foi de 994 mil cabeças de suínos.
“Se o momento é de boa remuneração para o suinocultor, não é o mesmo que se vê quando o assunto é custo de produção. Os atuais preços do farelo de soja e do milho estão reduzindo o seu poder de compra porque, se por um lado o suíno valorizou 24% no comparativo anual, por outro o farelo de soja e o milho registraram alta de 31% e 46%, respectivamente”, detalha.
Tendo Hong Kong como principal destino, Mato Grosso do Sul exportou um volume de 7,9 mil toneladas e faturou 13,3 milhões de dólares em receita.