O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou nesta quinta-feira que uma eventual proibição definitiva do uso de glifosato no Brasil seria um “desastre” para a agricultura do país, um dos maiores produtores de alimentos do mundo. A Justiça Federal do Distrito Federal suspendeu, na última semana, os registros de produtos que contêm o glifosato, a abamectina e o tiram, usados em agroquímicos. A ação foi movida pelo Ministério Público.
Em evento no Rio de Janeiro, Maggi disse que, apesar de estar preocupado, confia na cassação da decisão judicial sobre o glifosato, um herbicida usado há décadas no país. Para ele, as críticas ao produto não têm fundamento e soam como “lenda urbana”.
A favor do uso de glifosato no campo, o diretor da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Frederico D’Avila, também se posicionou contra a suspensão.
“A maior conquista e o maior sucesso da agricultura dos trópicos é o plantio direto. Sem o glifosato, é impossível mantermos esta técnica. Não há outra ferramenta para substitui-la, além disso, nada mais é do que um sal de potássio.
Inclusive, o glifosato atinge as folhas e não os frutos, avalia D’Avila. Segundo ele, o governo dos EUA, através do FDA, é muito rigoroso nessa área e jamais avalizaria um produto que fosse nocivo à saúde.
“O agronegócio brasileiro é atacado diariamente por organismos externos e, por incrível que pareça, por organismos internos como setores ideológicos do próprio Ministério Público, que procura transformar disparates em verdades absolutas”, afirmou D’Avila.