Redação AI 04/09/2002 – A rastreabilidade chega à avicultura, assegurando a qualidade da carne das aves e dos ovos aos consumidores. O processo de identificação de aves teve início na União Européia e chegará ao Brasil nos próximos anos. Os consumidores europeus já não admitem mais não saber a procedência, as características, a composição e o histórico das carnes, leite, ovos e demais alimentos comercializados.
A Dinamarca, por exemplo, em meados da década passada começou a proibição dos antibióticos promotores de crescimento, estendida hoje para todo o mundo, incluindo o Brasil.
A preocupação do consumidor em relação aos produtos de origem animal deve-se a uma série de problemas ocorridos nas últimas décadas, como salmoneloses em ovos na Grã-Bretanha (anos 80) e presença de dioxina em insumos para alimentação (1998). Este ano, mais um susto nos consumidores, com a presença de fungicidas em carne de frango na Alemanha.
Em decorrência das novas exigências, o uso de farinhas de origem animal nas rações, por exemplo, está definitivamente proibido e com isso ganham espaço as chamadas soluções naturais para alimentação (minerais orgânicos, enzimas e leveduras).
Segundo declarações de Pat Mulvehill, diretor-geral da Associação dos Abatedouros Avícolas da Irlanda, caso os exportadores de proteínas animais para a União Européia, como o Brasil, não atendam aos parâmetros estabelecidos pelos consumidores locais, poderão perder participação naquele importante mercado.
Até 2006, os dois últimos antibióticos ainda permitidos na Europa serão banidos. Há quem queira justificar o uso desses produtos, sob o argumento de que sua proibição vai prejudicar a produtividade avícola. Mas também esse posicionamento está caindo por terra, pois os resultados obtidos sem o uso deles vêm melhorando sensivelmente, sem contar que a resistência bacteriana está diminuindo.