Depois de vários meses com preços engessados e perda de rentabilidade, a suinocultura catarinense – a maior e mais avançada do país – começa a registrar um movimento de reação e de recuperação de preços. A Coopercentral Aurora (Aurora Alimentos), maior compradora e abatedora de suínos de SC, concede reajuste de 5,5% no preço do quilograma de suíno vivo nesta quarta-feira (13). A melhoria representa 10 centavos por quilograma. O preço praticado (R$ 1,80) sobe para R 1,90 e, com o adicional da tipificação, chega a R$ 2,10
Ao anunciar o novo preço, o presidente da Aurora, Mário Lanznaster, destacou que a majoração assinala o início de um período de recuperação dos preços pagos aos suinocultores que deve se manter por alguns meses. “Os criadores começam a contabilizar menos prejuízos”, festejou o dirigente.
Os preços do suíno atingiram o pico no mês de novembro passado, em razão da demanda pela carne suína no mercado interno, estimulada pelas vendas de produtos típicos das festas natalinas. Naquele período, o preço-base chegou a R$ 2,60, mas, entrou em ritmo de queda em dezembro, fenômeno que somente agora começa a ser revertido.
A chegada do inverno e o aumento do consumo da carne suína sustentam a recuperação dos preços, mas, também existem outros fatores. A Rússia, que havia embargado as importações de carnes e outros produtos de proteína animal de 89 processadoras de carnes em três Estados brasileiros em 15 de junho (MT, PR e RS), voltou atrás em sua decisão e deve retomar os embarques.
Outro fator positivo é que a China poderá iniciar a importação de carne suína diretamente das agroindústrias brasileiras. Atualmente, a China consome a carne suína brasileira através das importações de Hong Kong. O Brasil poderá incrementar as vendas ao mercado chinês, oferecer cortes nobres e entrar num país com população de renda emergente.
De acordo com o presidente da Coopercentral Aurora, o mercado está sensível a esses acontecimentos, de um lado, porque o crescimento da demanda no mercado doméstico está permitindo a recuperação de preços; de outro lado, porque essas movimentações internacionais melhoram o clima das negociações ante as expectativas de exportação. De outro lado, o preço da carne bovina – principal concorrente da carne suína – está em alta e sem perspectiva de queda.
Tamanho – A suinocultura representa a maior cadeia produtiva de Santa Catarina, gerando 65 mil empregos diretos e 140 mil indiretos. Cerca de 55 mil produtores dedicam-se a atividade. O rebanho permanente é de 6 milhões de cabeças.