O Banco Rendimento comprou 65% do Banco Concórdia, uma das empresas da Concórdia Holding, braço financeiro da Sadia. O valor do negócio não foi revelado. Membros da família Furlan – Luiz Gotardo Furlan e Caio Weil Villares – ficaram com o restante da participação acionária. A partir dessa transação, o banco Rendimento pretende ampliar sua atuação na oferta de crédito para pequenas, médias e grandes empresas do agronegócio. O acordo, que teve início há cerca de 45 dias, será submetido ao crivo do Banco Central (BC). Segundo o presidente do Banco Rendimento, Abramo Douek, a ampliação da carteira de crédito e o acesso a clientes do agronegócio foram os principais atrativos do Banco Concórdia. “Com a aquisição, pretendemos que a nossa carteira de crédito passe dos atuais R$ 350 milhões para R$ 500 milhões em 180 dias”, disse.
O Banco Concórdia havia sido criado pela Sadia para financiar os seus fornecedores, mas em razão dos problemas financeiros enfrentados pela empresa com o episódio dos contratos derivativos, as atividades foram praticamente suspensas. No entanto, o sistema para a sua operação já havia sido montado, estrutura que será aproveitada agora pelo Rendimento. Além disso, os próprios fornecedores da BRF Brasil Foods (empresa resultante da fusão entre Sadia, e Perdigão) passam a ser potenciais clientes para a instituição financeira. “Não existe exclusividade para trabalharmos com a BRF, mas digamos que há uma certa empatia entre o banco e a empresa”, disse Douek. O executivo ainda prevê sinergias entre os clientes do banco e da Concórdia Corretora, que fica nas mãos de Luiz Fernando Furlan, Caio Weil Villares e Luiz Gotardo Furlan (respectivamente genro e filho do ex-ministro e também acionistas do banco). No entanto, Douek descarta a possibilidade de a aquisição se estender também à corretora.
A Concórdia Corretora administra R$ 4,2 bilhões em investimentos no mercado financeiro, tanto de clientes institucionais, como de empresas e pessoas físicas. A empresa tem mais de cinco mil clientes ativos com recursos aplicados nos mercados de renda fixa, variável e de futuros. Por imposição da Perdigão, a holding financeira que pertencia à Sadia não foi incluída na negociação que deu origem à BRF.