Os cerca de mil trabalhadores que foram demitidos de frigoríficos do Estado nos últimos meses vêm sofrendo com o parcelamento de rescisões trabalhistas. A informação é do Sindmassa/MS (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fabricação de Massas Alimentícias, Biscoito, Macarrão e Panificação de Mato Grosso do Sul), que representa o segmento laboral em mais de 33 cidades do interior.
A recomendação do órgão é que os trabalhadores não aceitem em hipótese alguma qualquer proposta de fracionamento das verbas rescisórias, mesmo sob o aval da FTIA/MS (Federação dos Trabalhadores da Alimentação de MS).
Hélio Ferreira da Silva, presidente do Sindmassa/MS, denuncia que os trabalhadores do Margen, de Coxim e de Rio Verde; o Estrela do Oeste, de Ribas do Rio Pardo e, recentemente, o Fribrasil, de Eldorado, parcelaram ou tentaram parcelar as rescisões, deixando de pagar à vista os direitos trabalhistas como determina a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas).
O Fribrasil, por exemplo, fechou acordo com a FTIA, contudo este não foi homologado, já que os funcionários do frigorífico recusaram a proposta. Em Ribas, os trabalhadores foram obrigados a assinar as rescisões, mesmo discordando dos valores, pois essa foi a condição apresentada pela empresa para liberar o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e o seguro desemprego.
No caso específico de Ribas do Rio Pardo, os trabalhadores do Estrela do Oeste que não acataram a proposta ficaram sem qualquer recebimento, tendo que recorrer à Justiça, com o apoio do Sindmassa, para liberar e o Seguro.
Por considerar a medida um absurdo, a direção do sindicato forçou a FTIA a suspender as propostas de parcelamento do frigorífico de Eldorado. “Era um absurdo o Fribrasil desativar a unidade de Eldorado, fazer investimentos na planta de Caarapó e alegar dificuldades financeiras para parcelar as rescisões de 240 trabalhadores”, protesta Hélio Ferreira.