A Coamo, cooperativa de Campo Mourão (PR), encerrou 2010 com receitas de R$ 4,78 bilhões e planeja romper em 2011 a barreira de R$ 5 bilhões. Para atingir a meta, vai depender ainda de variáveis como clima e preço das commodities agrícolas, mas a safra de soja vai garantir boa parte do resultado – a previsão é aumentar o recebimento do grão em 10%.
O faturamento de 2010 só não foi melhor porque os preços no primeiro semestre ficaram abaixo do esperado e, embora tenha havido recuperação no segundo semestre, boa parte da produção já estava vendida. Mesmo assim, a receita cresceu 2,4% sobre os R$ 4,67 bilhões de 2009.
As sobras líquidas do exercício somaram R$ 287 milhões e, ontem, a cooperativa começou a distribuir R$ 103 milhões aos 22,7 mil associados, conforme a movimentação de cada um na compra de insumos e entrega da produção.
José Aroldo Gallassini, diretor-presidente da Coamo, diz que é difícil repetir as safras de 2009 e 2010, que foram boas para a soja, para o milho e para o trigo. Na de 2011, o plantio de soja foi adiado alguns dias por causa de seca e a colheita começou com muita chuva, o que resultou em atrasos.
Em igual período do ano passado, a cooperativa já tinha recebido 8,7 milhões de sacas de soja e, ontem, contabilizava 2 milhões de sacas. Fazendo a mesma comparação, no caso do milho foram 3,2 milhões de sacas, ante 314 mil de agora.
A safra de inverno também vai atrasar, por isso o Ministério da Agricultura prorrogou na semana o prazo para plantio de milho safrinha para até 20 dias, conforme a região. Segundo Gallassini, os associados vão reforçar a aposta no milho em 2011. “No ano passado, fornecemos 150 mil sacas de semente de milho e, neste ano, foram 215 mil sacas até agora”.
No ano passado, a cooperativa, uma das maiores da América Latina, teve problemas para armazenar os produtos que recebeu. A capacidade de armazenagem, que era de 4,7 milhões de toneladas, foi ampliada em 500 mil toneladas. “Agora estamos com boas condições de recebimento”, afirma o executivo.
Com a melhora nos preços, as vendas antecipadas também cresceram. De acordo com Gallassini, 33% da soja da região têm contrato futuro. O agricultor, que no primeiro semestre de 2010 chegou a entregar a saca por R$ 29, já vendeu parte da nova safra por valores entre R$ 36 e R$ 48 a saca.
Em 2010, quando completou 40 anos, a Coamo bateu recorde no volume de exportações, que cresceram 8,2% e chegaram a US$ 761 milhões. Gallassini está otimista com o que vem pela frente e, sem revelar detalhes, diz que há projetos em estudo, que vão depender de viabilidade econômica. Do plano de investimento de R$ 200 milhões para o período 2009-2011, há 39 obras em andamento e outras 29 serão iniciadas.