Chefiada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Miguel Jorge, uma missão oficial constituída por autoridades e empresários esteve em Cuba no início de julho com o objetivo de incrementar as trocas bilaterais e os investimentos brasileiros no país.
Um dos resultados concretos obtidos na viagem foi a contratação da paranaense Globoaves, pelo governo cubano, para implantação de um moderno projeto de avicultura industrial que contempla todos os segmentos da cadeia de produção. A Globoaves esteve representada na comitiva por seu sócio e diretor-comercial Roberto Kaefer, que destacou que o “modelo de empreendimento planejado para Cuba foi formatado especialmente para países de economia pouco dinâmica, mas com promissor potencial de crescimento”.
Sob a denominação de Projeto Industrial Avícola (PIA), o “pacote” é desenvolvido em duas etapas: a primeira compreende a parte da agricultura, começando com o plantio de milho e soja e prosseguindo com a construção de silos, armazéns e toda a infra-estrutura exigida para a fabricação da ração. Esta etapa representa 70% do custo do quilo do frango. A auto-suficiência nesse campo é essencial para que o país se torne competitivo quando estiver habilitado a exportar sua produção.
A segunda fase do projeto abrange a implantação das granjas e das demais instalações do complexo industrial necessário para o processamento do produto final.
No caso de Cuba, estão previstos o cultivo de 20 mil hectares de grãos e a construção de 100 aviários, mais incubatório, fábrica de ração, frigorífico com capacidade para abate de 80 mil frangos/dia e um centro de distribuição.
Todo o processo será implementado pelo regime de “turn-key”, operação pela qual a empresa contratada entrega a obra em condições de pleno funcionamento, e envolve também a transferência de tecnologia da Globoaves para os parceiros cubanos, com treinamento nas áreas de gestão e produção.
Nos mesmos moldes, empreendimentos similares estão em estágio final de aprovação no Paraguai, Marrocos e Moçambique, através de parcerias com a iniciativa privada, e em Angola, com a participação mista do governo e empresários locais.