“A integração agroindustrial é uma relação econômica que deve ser aperfeiçoada e não combatida. Combater ideologicamente o sistema de produção integrada é um erro”. A manifestação é do secretário de Estado da agricultura, Enori Barbieri, feita neste domingo durante reunião de dirigentes de sindicatos rurais, em Chapecó (SC), organizada pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc).
Apesar das dificuldades, os produtores de aves que fazem parte do sistema integrado gozam de mais estabilidade econômica do que os não-integrados. “Constatamos diariamente que aqueles produtores que não fazem parte da integração estão migrando para as cidades. A integração proporciona renda mensal, o que é indispensável para as famílias rurais”.
O secretário disse que é necessário aperfeiçoar e não combater a integração porque, sem ela, os produtores ficam em situação fragilizada. Considerou positiva a criação do comitê paritário criadores/indústrias que vem se reunindo periodicamente para discutir a questão, interagindo o Sindicato dos Criadores de Aves de SC (Sincravesc) e a Associação Catarinense de Avicultura (Acav).
“O criador precisa da indústria e a indústria não produz sem o avicultor”, colocou. “É claro que defendemos uma remuneração justa para os criadores e uma relação transparente entre indústrias a avicultores, mas isso não se conseguirá com ataques, e sim com estudo de dados econômicos, análises técnicas e um respeitoso diálogo”.
O secretário Enori Barbieri, que também é vice-presidente da Faesc, pediu que prevaleça o bom-senso nas discussões e colocou-se a disposição para, se necessário, ser o interlocutor entre criador e indústria. Observou que o sistema de produção avícola integrada é uma parceria que há 60 anos une criadores de frangos e agroindústrias em território catarinense.
Gigantesca
Observou que a avicultura é a melhor alternativa econômica para o pequeno produtor rural, constituindo um modelo copiado por outras regiões brasileiras e por outros países, por isso deve ser fortalecida.
Também realçou a “gigantesca importância econômica do setor para Santa Catarina”: o estado é o maior exportador (mais de 1 bilhão de dólares em vendas externas) e o segundo maior produtor de aves do país com abate anual em torno de 700 milhões de aves produzidas por 13.000 avicultores. Mais de 100.000 pessoas dependem do setor.
Barbieri teme que discussões meramente ideológicas, sem fundamentação técnica, estimulem as indústrias a migrarem para outras regiões do país. Lembra que a indústria de perus já abandonou o oeste catarinense em busca do Brasil central, onde há abundância de grãos e grande número de produtores e empresários rurais interessados na avicultura industrial. As informações são de assessoria de imprensa.