O Serviço Veterinário da Rússia anunciou que deixará de importar temporariamente a carne suína proveniente da unidade da Doux Frangosul, em Caxias do Sul (RS). A planta frigorífica que tem o SIF 876 consta da instrução publicada no site do Serviço Veterinário russo, junto com duas plantas de processamento de suínos e uma de aves dos Estados Unidos, uma empresa processadora de pele de porco da Alemanha e uma outra empresa de pele suína da Espanha. De acordo com o serviço veterinário russo, foram identificados produtos proibidos pelo Serviço Veterinário.
No caso da empresa brasileira, a bactéria listeria foi encontrada em quantidade acima da tolerância nas amostras coletadas em carregamentos da Doux Frangosul para a Rússia. Por esse motivo, todas as cargas de suínos da Doux, provenientes da planta de Caxias do Sul estão suspensas. Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Doux informou que a empresa ainda não havia sido comunicada sobre qualquer tipo de restrição feita pelo governo russo. “Esse tipo de medida é comum por parte do sistema de controle adotado pela Rússia. Eles (russos) sempre autorizam e suspendem as vendas de várias empresas, não apenas do Brasil”, afirma Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Carne Suína (Abipecs).
Segundo Camargo Neto, a medida não atrapalha os embarques brasileiros para o mercado russo. A Rússia é o principal mercado da carne suína brasileira, ficando com 47,3% do volume exportado pelo Brasil entre janeiro e maio deste ano e 49,1% da receita obtida com as exportações. Nos cinco primeiros meses do ano, foram embarcadas para a Rússia 113,75 mil toneladas de carne suína, que renderam ao Brasil US$ 235,8 milhões.