Medidas concretas e imediatas para melhorar a rentabilidade dos avicultores foram anunciadas hoje, em comunicado conjunto distribuído pelo Sindicato Patronal dos Criadores de Aves do Estado de Santa Catarina (Sincravesc) e pela Sadia. A empresa – cujo sistema de integração envolve mais de 60% dos avicultores catarinenses – concedeu aumentos médios de 5% a 11% no preço-base dos animais (frango, peru e peruzinhos) e, ainda, assumiu 75% do custo do apanhe de aves que, antes, era dividido meio a meio com o produtor rural.
Esta é a íntegra do comunicado conjunto:
O Sindicato Patronal dos Criadores de Aves do Estado de Santa Catarina (Sincravesc), representante legal dos avicultores, e a Sadia vêm a público oferecer as seguintes informações:
O Sincravesc e a Sadia vêm, nos últimos anos, sustentando respeitoso e produtivo diálogo no âmbito do Comitê Paritário Criador/Indústria, criado em 2007, para a discussão e implementação de medidas destinadas a fortalecer o sistema de produção avícola industrial e elevar as condições de vida e trabalho dos avicultores catarinenses. Juntos, buscam todas as alternativas e oportunidades para construir a sustentabilidade da cadeia produtiva.
Criador e indústria viveram, em 2009, um período de dificuldades em face da queda de consumo e depressão dos preços internacionais em consequência da crise financeira mundial e de outros fatores mercadológicos. A política cambial, por outro lado, com a sobrevalorização do real, derrubou a competitividade dos produtores brasileiros. No plano interno, o encarecimento das matérias-primas e novas exigências sanitárias e ambientais contribuíram para ampliar os prejuízos do setor.
Como é de notório conhecimento, a gravidade desse período e de seus efeitos provocaram grande impacto na receita das empresas do setor. Como consequência houve encerramento de alguns turnos de produção em praticamente todas as indústrias de abate e processamento de aves do país. Mesmo nesse ambiente adverso, a Sadia manteve a remuneração pactuada e compensou financeiramente os criadores cujos aviários permaneceram ou ainda permanecem temporariamente fechados em razão da inevitável redução do volume de abates.
A boa notícia é que, em 2010, a redução dos custos dos elementos básicos da nutrição animal (milho e farelo de soja), o alinhamento de fatores macroeconômicos, a atuação das agroindústrias no mercado mundial e a otimização permanente dos processos produtivos tornaram possível iniciar um período de recuperação geral de preços dentro da longa cadeia da avicultura. É preciso lembrar que os custos da avicultura brasileira, atualmente, se assemelham aos custos da avicultura de outros países produtores, como os Estados Unidos, e que este segmento trabalha com margens bastante reduzidas. Por esta razão, é de responsabilidade de todos – empresa e parceiros-integrados – o incansável esforço para que seja possível produzir a custos competitivos e com qualidade diferenciada.
Esse cenário de expectativas otimistas e de comprometimento mútuo permitiu à Sadia atender justa, reiterada e insistente reivindicação do Sincravesc para aumentar a renda dos produtores. Por isso, no último dia 12 de abril, os criadores receberam aumentos médios que vão de 5% a 11% no preço-base dos animais (frango, peru e peruzinhos). Somado a isso, a empresa está assumindo a maior parcela do custo de carregamento das aves, que até então era dividido meio a meio entre a empresa e o parceiro integrado. A partir de 12 de abril, a empresa passou a assumir 75% do custo do apanhe de aves.
É necessário realçar que a empresa está pagando uma ajuda de custo aos produtores de peru que estão com intervalos acima dos 28 dias contratuais. Foi reduzida a densidade de alojamento para minimizar os intervalos, complementando a renda pela densidade não alojada (80% da ociosidade).
O Sincravesc e a Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) – com intensa participação da Sadia – estão cumprindo, desde 2009, uma agenda de trabalho orientada para o aperfeiçoamento do sistema de integração, adotado há 60 anos e que tem se mostrado um bem-sucedido modelo de parceria entre o campo e a agroindústria.
O Sincravesc e a Sadia reafirmam a importância da avicultura como atividade essencial para a economia nacional e local. Entendem que o sistema de produção avícola integrada é exitosa e deve ser mantida, pois, graças a ela, fortaleceu-se a economia dos municípios e fixou-se a família rural no campo, amenizando o êxodo rural. A avicultura é a melhor alternativa econômica para o pequeno produtor rural, constituindo um modelo copiado por outros países. Entre as virtudes do sistema de produção integrada situam-se a estabilidade da renda do produtor, a garantia de comercialização, o fluxo de caixa constante e o acesso a financiamentos e tecnologia de ponta. Chapecó (SC), 15 de abril de 2010. SINCRAVESC, SADIA.