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Sadia fecha churrascaria chinesa e abre escritório em Xangai

<p>Quando chegou à China, em 1994, com uma churrascaria, a Sadia via no empreendimento uma maneira de acelerar a abertura daquele mercado às carnes brasileiras.</p>

Redação (14/08/07) –  Treze anos depois, o produto nacional ainda não conseguiu seu espaço na China, e a empresa brasileira já não tem mais uma churrascaria por lá. 

As operações da Beijing-Brazil, churrascaria que a Sadia mantinha em Pequim numa joint venture com uma estatal chinesa, foram interrompidas porque a região onde ela se localiza, perto da praça da Paz Celestial, será desapropriada para a construção de uma avenida, segundo José Augusto Lima de Sá, diretor de relações internacionais da Sadia. A construção faz parte de uma pacote de obras que ocorrem na capital chinesa em preparação para as Olimpíadas, em 2008. 

"Durante os 12 anos de operação comercial, a churrascaria deu retorno", afirma o executivo. Sendo assim, não valeria a pena mantê-la em outra cidade? "Valeria a pena se esse fosse o negócio da Sadia. Isso não é prioridade. Para a Sadia, a China é prioridade", responde. Tanto é que a empresa acaba de abrir um escritório comercial em Xangai para reforçar a operação no país. "Temos fé que [o governo] conseguirá destravar a agenda", diz, referindo-se ao sinuoso processo de abertura da China às carnes brasileiras (ver matéria acima). 

De qualquer forma, explica, o escritório em Xangai se encaixa na estratégia da Sadia que vê na China um mercado fundamental. "Um país que cresce a taxas superiores a 10% ao ano não pode ser desconsiderado", afirma. Ele observa ainda que devido ao crescimento acelerado, a China enfrenta problemas, como escassez de água e redução das áreas agricultáveis por causa da urbanização. Além disso, vive hoje uma epidemia da doença da orelha azul em suínos, o que já afeta a produção de carne suína. 

Questionado se ter uma planta processadora de carnes num país tão promissor está nos planos da Sadia, Lima de Sá diz que isso dependeria da abertura efetiva do mercado chinês às carnes do Brasil, mas admite que a intenção já foi aventada quando a empresa abriu a churrascaria. Naquela época, afirma, a carne assada no restaurante em Pequim era brasileira, mas isso durou pouco. 

Treze anos depois, a China tem hoje outras churrascarias, depois da pioneira Sadia, diz Lima de Sá, relembrando a inusitada imagem de chineses de bombacha trabalhando no restaurante. 

Essa "cultura brasileira sulista", como define o executivo, chegou à China depois que um representante do alto escalão do Partido Comunista chinês veio ao Brasil, em 1993, e foi a uma churrascaria. Adorou e fez o que pôde para importar a idéia. O hoje embaixador chinês no Brasil, Chen Du Qing, então conselheiro na embaixada da China, ficou encarregado da empreitada e procurou a Sadia para torná-la realidade.