Redação SI (17/05/07) – O novo empreendimento deve seguir os padrões exigidos pela União Européia e pelo Japão, maior importador de carne suína do mundo. O início da construção está previsto para o fim de 2007 ou início de 2008.
Embora executivos da empresa ainda evitem dar detalhes, como capacidade de abate e valor do investimento, admitem que o reconhecimento daquele Estado como área livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), esperado para a próxima semana, também servirá como impulso para que o projeto saia do papel.
O diretor de Relações Institucionais da Sadia, Felipe Luz, acredita que com o esperado reconhecimento pela OIE, a Rússia também deverá abrir as portas para os produtos catarinenses. "Se bem que a Rússia tem regras próprias, é um horror", criticou. A Rússia proibiu as importações de carne suína do Estado após o surgimento de focos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná, em outubro de 2005.
O novo frigorífico da Sadia pode ficar junto da unidade que existe em Concórdia ou nas proximidades. Luz acrescentou que o projeto integra o plano que prevê investimentos de R$ 1,3 bilhão em dois anos. A construção deve demorar um ano e meio.
No Paraná, onde a empresa inaugurou ontem a ampliação e modernização de seu armazém frigorificado no porto de Paranaguá, a Sadia investe R$ 200 milhões, sendo cerca de R$ 180 milhões na reconstrução da fábrica de empanados de Toledo (PR), destruída por incêndio no ano passado e deverá ser reinaugurada no primeiro semestre de 2008. Além de Concórdia, a Sadia tem frigorífico para abate de suínos em Toledo e Uberlândia (MG). Outro está sendo construído em Lucas do Rio Verde (MT).
Questionado sobre o impacto da queda do dólar nos planos da Sadia, Luz informou que a empresa deve aproveitar para importar máquinas e equipamentos . "Não é momento de lamentar". O diretor comercial da área internacional, Gilberto Xandó, reforçou que a instabilidade no câmbio não causa preocupação. "Afeta no curto prazo, mas a Sadia exporta há mais de 40 anos e precisa pensar no futuro."
A Sadia espera exportar um milhão de toneladas de produtos em 2007, e 70% desse volume deve sair pelo Paraná. Seu maior e mais moderno armazém frigorificado está em Paranaguá e há operação também no porto de Antonina. A obra de modernização custou R$ 19 milhões e ampliou a capacidade de 3,1 mil toneladas para 8,5 mil toneladas.
Segundo o chefe do Departamento de Planejamento da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Daniel Lúcio de Souza, o novo armazém faz parte do esforço de modernizar e transformar Paranaguá num porto multicargas. No local trabalharão 100 pessoas. Xandó explicou que um navio opera com cerca de sete mil toneladas, o que exigia duas rodadas de carregamento. Com a nova capacidade, a produtividade será maior.
A Sadia também tem operações nos portos de Santos (SP), Rio de Janeiro, Rio Grande (RS), Itajaí, Imbituba e São Francisco (SC). Cinco de suas 13 unidades estão no Paraná, em Ponta Grossa, Dois Vizinhos, Paranaguá, Toledo e Francisco Beltrão.
Ontem, a Sadia informou aos investidores externos que pretende pagar cerca de 7% pelos papéis de vencimento em 10 anos, no mínimo de US$ 200 milhões, que ela está vendendo no mercado internacional, sob a lidernça do ABN Amro, segundo IFR Markets.