Da Redação 13/02/2004 – 06h30 – A Seara Alimentos, empresa do grupo Bunge Brasil, lucrou R$ 86,7 milhões em 2003, resultado 9,7% maior que o apurado no ano anterior. “É o maior lucro da nossa história”, diz Ivo Dreher, diretor financeiro e de relações com investidores da empresa. Em razão do bom desempenho, a Seara deve aumentar o volume de investimentos em 12%, para R$ 63 milhões neste ano.
O resultado foi proporcionado pelo aumento dos preços médios na exportação, crescimento dos embarques de frango e um “empurrãozinho” do dólar, que subiu 11,7% em 2003 e tornou a mercadoria brasileira mais atraente no exterior. No ano passado, 71% da receita da Seara foi obtida com exportações.
O faturamento da empresa foi de R$ 2 bilhões no ano passado, ou 15,3% superior ao apurado no ano anterior. As vendas ao exterior foram de R$ 1,4 bilhão, o que representou crescimento de 13,5% sobre 2002. As vendas internas cresceram 19,9%, para R$ 518,5 milhões.
O crescimento de 1,61% das vendas externas de frango ajudaram a compensar a redução de 29% dos volumes de suínos. Os embarques de suínos caíram em razão do sistema de cotas de importação imposto pela Rússia. As cotas designadas para o Brasil são de volume muito inferior ao que vinha sendo embarcado nos últimos anos.
A recuperação dos preços dos industrializados também contribuiu para o crescimento da rentabilidade. O preço médio de venda de industrializados foi 29,2% maior que o apurado em 2002. O volume negociado no mercado interno cresceu 3,4%, para 115,7 mil toneladas. Para o exterior foram 2 mil toneladas, contra 500 toneladas em 2002.
Em 2003 a Seara colheu um lucro maior apesar do aumento no preço do milho e do farelo, dois dos principais componentes da ração de aves e suínos. Eles subiram 25,4% e 19,7%, respectivamente.
Os investimentos previstos para 2004 serão utilizados no aumento da capacidade de abate de frangos da unidade de Sidrolândia (MS) e do aumento da unidade de Itapiranga (SC), voltada para o processamento de carnes de aves e suínos.
A empresa vem conseguindo reduzir seu endividamento líquido, que era de R$ 494,9 milhões no final de 2002 e caiu 9%, para R$ 450,8 milhões em 2003.